Por TV, PSDB antecipa troca de comando

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Por AE
Atualização:

O PSDB decidiu antecipar do dia 25 para o dia 19 de maio a convenção que vai escolher o senador Aécio Neves (MG) como o novo presidente do partido, em substituição ao deputado Sérgio Guerra (PE). A mudança de data permitirá aos tucanos utilizar imagens da convenção e da eleição de Aécio no programa eleitoral do partido, que deverá ser exibido no final de maio. A ideia é utilizar também as imagens nos 40 comerciais, de 30 segundo cada, que serão veiculados entre os dias 23 e 1º de junho. O programa do partido e os comerciais vão servir para tentar tornar Aécio, hoje com atuação restrita a Minas Gerais, em uma personalidade nacional. É com essa estratégia que o comando tucano pretender reforçar a imagem do senador, virtual candidato do partido à sucessão da presidente Dilma Rousseff em 2014. No período que antecede a escolha do novo presidente do partido, os dirigentes do PSDB pretendem percorrer o País com o presidenciável a tiracolo. Na semana que vem, dia 4, a cúpula tucana viajará para Goiânia. Com as ideias que surgirem nos encontros o PSDB pretende montar seu programa de campanha para o ano que vem. "Nós vamos apresentar um dos projetos de governo mais ousados que já foram feitos", disse Aécio ontem em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.Para ele, está na hora de renovar propostas a serem apresentadas para a administração do País nos próximos 10 a 20 anos. "Porque tudo o que PT tem executado foi criado pelo PSDB durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso", disse. "O PT não criou nada. Apenas copiou o que o programa do PSDB". Segundo Aécio, é preciso admitir que o PT aprofundou "um pouco mais" os programas de transferência de renda, com o Bolsa-Família, mas ficou nisso. O pré-lançamento da campanha de Aécio não é, no entanto, consensual no PSDB. Tucanos ligados ao ex-governador José Serra, duas vezes derrotado na disputa pela presidência da República ( 2002 e 2010), criticam a "antecipação" da campanha, um ano e meio antes das eleições de outubro de 2014. "Acho cedo demais. O desgaste é maior que os benefícios com a antecipação da campanha eleitoral", afirmou o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que foi um dos cotados para ser o vice-presidente na chapa encabeçada por Serra em 2010. Dias é um dos tucanos favoráveis à realização de prévias no partido para a escolha do nome que enfrentará Dilma. Mas, depois do envolvimento de FHC na campanha de Aécio, o senador está certo de que prévias agora serão "encenação". Líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), também ligado a Serra, está convencido que a antecipação da campanha presidencial beneficia a reeleição de Dilma . "Essa antecipação serve para justificar o lançamento da candidatura da presidente Dilma, que começou com fanfarra", disse o tucano. Em sua avaliação, a presidente estaria "exorcizando o fantasma" do ex-presidente Lula ao incentivar a antecipação da campanha à reeleição com tanta antecedência. Tanto tucanos - FHC à frente - quanto petistas - Lula à frente - têm falado abertamente da eleição presidencial desde o fim do ano passado. Nas últimas semanas, a disputa pré-eleitoral entre os dois ex-presidentes ficou ainda mais acirrada, com discursos críticos realizados em eventos dos partidos. Além de Dilma e Aécio, o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, e a ex-senadora e ex-ministra Marina Silva também estão entre os nomes cotados para disputar o Palácio do Planalto em 2014. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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