PUBLICIDADE

EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Aos fatos, como eles são

Opinião|Por que não acabar com essa história de máscaras logo de uma vez?

Na tentativa de desobrigar o uso e máscaras em sala de aula, as escolas particulares de São Paulo vão levar uma canseira dos fiscais de covid do governo paulista

Foto do author J.R.  Guzzo
Atualização:

As escolas particulares de São Paulo pediram às autoridades competentes que autorizem os alunos a não usarem mais máscaras nas aulas. Coitadas das escolas particulares de São Paulo: vão levar uma canseira dos fiscais de Covid do governo paulista. Não poderiam ter feito pedido mais razoável, num momento em que o mundo inteiro está abandonando as máscaras – adereço inútil para uma necessidade inexistente. Por isso mesmo vão penar até conseguirem ser atendidas. 

A autoridade pública faz questão de ir andando o mais devagar possível no desmanche das medidas de repressão que ela própria montou; quanto mais lento o processo, pensam nossos homens de governo, maior a impressão de que a estupidez que armaram não foi tão estúpida assim, e só pode ser desfeita com grande cuidado. Ao mesmo tempo, ao dar ou negar licenças para isso ou aquilo, mostram que continuam mandando.

Debate sobre liberação das máscaras em escolas paulistas ganhou força, após queda nos indicadores da covid-19 e medidas semelhantes adotadas por outros países Foto: Tiago Queiroz/Estadão

PUBLICIDADE

É um despropósito. Um dia, queira ou não queira o comitê central montado pelo governo para “gerir” a covid, o uso obrigatório da máscara vai ser eliminado; no próprio Estado de São Paulo já não é preciso usar máscara ao ar livre, e no resto do Brasil e do mundo o desmonte está muito mais adiantado. Então: se a obrigação de usar máscara vai ser abolida daqui a “X” dias, por que não acabar com essa história logo de uma vez? O vírus que está “pegando” hoje não vai “pegar” amanhã? A “descontinuação por etapas” das medidas de “controle social” leva sobretudo ao ridículo. 

É cômico, por exemplo, o cidadão chegar sem máscara ao restaurante, bar ou café, colocar a máscara para andar cinco passos até a mesa e ali tirar de novo. Nem se fale, então, da operação de marketing que tem sido a marcha de retirada – com gestos dramáticos como a revelação progressiva do próprio rosto pelo governador, ou a patética placa de acrílico nas suas entrevistas ao ar livre no jardim do Palácio dos Bandeirantes, em imitação as entrevistas da Casa Branca.

O grupo nomeado para administrar a covid, após dois anos de pseudo- ciência, tabelas coloridas e abusos contra as liberdades, vai tendo um fim melancólico.

Publicidade

Opinião por J.R. Guzzo

Jornalista escreve semanalmente sobre o cenário político e econômico do País

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.