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População não recebeu hemoderivado contaminado, diz Anvisa

Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Cláudio Maierovitch, e o coordenador da Política Nacional de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, João Paulo Baccara, afirmaram em entrevista coletiva que não houve a entrada no país de qualquer produto, destinado ao uso em humanos, que tenha sido contaminado com a doença da vaca louca. Segundo eles, as informações que chegaram na última quinta-feira da embaixada britânica referem-se a lotes de produtos que vieram ao Brasil entre 1995 e 1998, mas que não foram comercializados, e sim analisados para que pudessem ter registro no País: quatro lotes de 146 frascos no total, utilizados para análise laboratorial do processo de registro da então Secretaria de Vigilância Sanitária, já que ainda não havia a Anvisa. O primeiro lote, do componente fator IX, foi encaminhado ao Brasil em 1995; outros dois lotes de hemoderivado vieram em 1997, em quantidades diferentes. O último, um componente líquido, chegou em 1998. "Foram produtos diferentes, com registros diferentes. Cada um deles exigiu provas específicas de laboratório. Os componentes nunca foram usados para fins terapêuticos", afirmou o diretor da Anvisa, Cláudio Maierovitch. De acordo com informações da Anvisa, desde 1998 o governo inglês não utiliza plasma britânico para produção de hemoderivados. No Brasil, a Anvisa estabeleceu em 2001 critérios para importação, restrição e proibição de alimentos e produtos para a saúde provenientes do Reino Unido e outras regiões de risco. "O Brasil é um dos países mais seguros com relação à transmissão da encefalopatia espongiforme, tanto pela segurança dos nossos rebanhos como pela legislação que nós temos em relação aos produtos importados", declarou Maierovitch. Hemofílicos Segundo João Paulo Baccara, o componente fator IX foi adquirido pelo Brasil em 1999, mas na ocasião, a matéria-prima não vinha mais do Reino Unido, e sim dos Estados Unidos. Ele disse também que os hemofílicos no Brasil que fazem uso de hemoderivados estão seguros. "Pode ser feito uso do produto com total segurança, principalmente porque, além de todo o critério na produção nos países de origem, o Brasil só importa o produto que passa pelo crivo das nossas regulamentações". Os frascos que levantaram a suspeita foram importados pela empresa Meizler, representante no País da estatal inglesa Bio Products Laboratory (BPL). Hoje, o Brasil ainda usa os serviços desta empresa. As informações são da Radiobrás.

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