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Polícias disputam suposto matador de Celso Daniel

Por Agencia Estado
Atualização:

A força-tarefa criada pelas polícias de São Paulo para investigar o assassinato do prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel (PT), está claramente dividida, pelo menos no que diz respeito às informações. Desde o início da tarde desta quarta-feira, o delegado Armando Oliveira Costa Filho, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, anunciou que ouviria Andrelisson Santos Oliveira, o "Cara Seca", suspeito de ter assassinado o prefeito e preso nesta terça-feira pela Polícia Federal (PF), em Vitória da Conquista, no interior da Bahia. Depois de uma longa espera, a assessoria de imprensa da PF informou que o preso não seria conduzido ao DHPP e não informou os motivos. Disputa Por volta das 16h40, o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT), que integra a comissão designada pelo PT para acompanhar as investigações, deixou o prédio do DHPP também sem esclarecer se "Cara Seca" viria ou não. O deputado chegara ao DHPP quase duas horas antes, por volta das 15 horas, para assistir ao depoimento do suspeito. "A força-tarefa funcionou na prisão de "Cara Seca", disse. ?Tanto a Polícia Civil como a Polícia Federal sabem muita coisa sobre o caso e só esperamos que agora não fiquem disputando o preso", afirmou o deputado. Desencontro Enquanto o desencontro de informações corria na tarde desta quarta, a Agência Estado apurou que uma queda-de-braço se desenrolava, desta vez entre o diretor do DHPP, delegado Domingos Paulo Neto, e o diretor do Departamento de Investigações sobre o Crime Or ganizado (Deic), Godofredo Bittencourt Filho. Bittencourt é favorável à divulgação das fotografias dos outros cinco supostos integrantes da quadrilha da favela do Pantanal, principal suspeita do homicídio. Paulo Neto é contra. Enquanto os dois conversavam sobre o que deveriam fazer, a imprensa se concentrava na porta do DHPP à espera das fotografias. Fontes do Deic afirmavam que elas seriam divulgadas. Fontes do DHPP diziam exatamente o contrário. Depoimento O deputado federal acompanhou o depoimento de "Cara Seca", que se arrastou até às 2h30 da madrugada desta quarta na Polícia Federal, e disse, ao sair do DHPP, que as provas testemunhais do envolvimento do preso com a quadrilha devem demorar para serem obtidas. "Cara Seca" caiu em muitas contradições, mas continua negando seu envolvimento com a quadrilha e com a morte de Daniel. "Ele ainda não se conscientizou de que a Polícia tem muitas provas sobre a atuação do grupo", argumentou o deputado. "Os depoimentos devem ser longos e se arrastar por vários dias." O deputado comemorou a prisão de "Cara Seca". "Antes, tínhamos um documento de Celso Daniel, uma Blazer incinerada e o rastreamento dos telefonemas que levaram à Favela do Pantanal. Agora temos uma pessoa presa", concluiu.

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