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TJ determina fim da greve para policiais civis e penais de MG

Decisão da desembargadora Maria das Graças Albergaria Costa atinge por enquanto somente duas das dez categorias mobilizadas; magistrada destacou que servidores que atuam na segurança não têm direito de suspender atividades

Por Carlos Eduardo Cherem
Atualização:

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) determinou nesta quinta-feira, 23, que os policiais civis e penais do Estado, duas das dez categorias das forças policiais em greve há cinco dias, encerrem a paralisação e voltem ao trabalho.

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Caso descumpram a deliberação da desembargadora Maria das Graças Silva Albergaria dos Santos Costa, os sindicatos das duas categorias terão de arcar com multa diária de R$ 100 mil, limitada a R$ 10 milhões.

Em sua decisão, a magistrada apontou a “inadmissibilidade do exercício do direito de greve de todos os servidores que atuam diretamente na área de segurança pública”. Segundo Maria das Graças, a paralisação “ainda que parcial, encontra óbice instransponível no artigo 144 da Constituição Federal, que erigiu a segurança pública como dever do Estado e direito de todos, além de violar a própria dignidade dos presos, que serão privados de importantes garantias no âmbito da execução penal”.

Na última reforma da Previdência, os militares estaduais pegaram carona com os colegas das Forças Armadas e mantiveram a integralidade e a paridade das aposentadorias em relação ao serviço ativo. Foto: Flávio Tavares/O Tempo

Os sindicatos dos policiais civis (Sindpol) e penais (Sindppen) afirmaram não ter sido notificados oficialmente, mas avisam que vão recorrer da decisão.

Dez categorias profissionais de segurança de Minas Gerais estão em greve – policiais militares e civis, bombeiros, agentes penais, prisionais, socioeducativos e da Defesa Civil, escrivães, peritos criminais e analistas de segurança –, desde segunda-feira, 21, exigindo recomposições salariais de 41%.

As lideranças do movimento definiram um protocolo para que seja mantida uma escala mínima de 30% nos serviços prestados à população, com os policiais militares e civis em “operações padrão”, dentro da atuação de cada uma dessas forças. Em outros serviços, a exemplo dos policiais penais, responsáveis pela segurança dos presídios do Estado, o protocolo é seguir a determinação de “estrita legalidade”, iniciativa que, na prática, impõe “burocracias” que impedem a realização do trabalho das corporações.

Ontem, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), anunciou um aumento para todo o funcionalismo público estadual de 10,06%. A resposta das categorias foi dada nesta sexta-feira, 25, que rechaçaram a proposta com um protesto de dezenas de manifestantes na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, onde está instalado o Palácio Tirandentes. Além de lideranças do movimento, o protesto teve a presença de deputados estaduais da bancada da bala, na Assembleia Legislativa, que prometem novas manifestações nos próximos dias.

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Questionada sobre os motivos de ter proposto ações no TJ-MG contra a paralisação de somente duas categorias, a assessoria de Zema informou que não comenta processos do Estado na Justiça. Um integrante da Advocacia Geral do Estado (AGE) informou à reportagem do Estadão que houve o entendimento por parte do governo de que não era o caso de acionar as outras oito categorias, uma vez que já estariam impedidas de fazer greve por lei.

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