Policiais do Pará entram em greve

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Por Agencia Estado
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Cerca de 2.600 policiais civis do Pará reunidos ontem à noite em Belém decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. A paralisação começou a valer a partir da madrugada de hoje. O secretário de Defesa Social do Pará, Paulo Sette Câmara, foi avisado logo depois da reunião que os sindicatos e associações dos policiais decidiram manter em funcionamento apenas 30% do efetivo nas delegacias, como determina a Constituição Federal. O presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Pará (Sindipol), Justiniano Alves Junior, acusou o governo estadual de ignorar as reivindicações da categoria ao recusar-se a aceitar 30% de reposição dos salários, embora a defasagem nos vencimentos dos 2.652 policiais do Estado esteja em 55%. "O governo alegou que estava no limite da Lei de Responsabilidade Fiscal e não poderia conceder nenhum tipo de reajuste. É a prova de que ele não quer negociar", disse o líder dos policiais. O governador Almir Gabriel acena com a possibilidade de conceder 5% de reposição a título de progressão funcional, mas os policiais recusam. Apenas 20% da categoria seria beneficiada. "É esmola que ninguém quer", reagiu Justiniano. Logo depois de a greve ter sido decidida, correu entre os policiais civis o boato de uma possível ocupação por tropas da polícia Militar das 32 delegacias de Belém. Hoje, a partir das 9h haverá uma concentração dos grevistas em frente ao antigo mercado de São Braz. Os policiais pretendem realizar uma passeata pelas avenidas centrais da capital paraense. Hoje, o vencimento básico do delegado classe "D" é de R$ 721,34, o que equivale a 4,01 salários mínimos. Há sete anos, o mesmo delegado ganhava R$ 617,95, o que equivalia a 8,83 salários mínimos. Um perito policial classe "C" recebia em 1995 de vencimento base R$ 148,35, o que representava 2,12 salários mínimos. Hoje, o perito ganha R$ 228,68, ou seja, 1,27 salário mínimo. Na Polícia Civil do Pará, há 370 delegados, 350 escrivães e 940 investigadores. O restante são peritos policiais, papiloscopistas, motoristas policiais e auxiliares técnicos científicos.

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