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Polícia pede prisão de professor por induzir índios ao suicídio

Relatos das testemunhas contam que os rituais satânicos eram liderados por ele, vestido de negro e usando capuz, que induzia os jovens indígenas a se matarem

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Polícia Civil pediu, na segunda-feira última, 11, o indiciamento e a prisão preventiva de um professor da Escola Estadual Irmã Inês Penha, em São Gabriel da Cachoeira, a 858 quilômetros de Manaus, por suposta prática de magia negra e indução de nove crianças e adolescentes de origem indígena a cometerem suicídio entre 2005 e este ano. De acordo com o delegado Marco Engel, que conduziu as investigações desde o início deste ano e concluiu em uma décima viagem a São Gabriel na semana passada, não será divulgado o nome do professor até que ele tenha sido preso. "Só com a notícia de que ele seria indiciado, o professor sumiu da cidade", contou. Embora em recesso forense, o indiciamento do professor poderá ser atendido pela Justiça ainda antes do fim deste ano, segundo o delegado. Segundo o delegado, dos 30 depoimentos durante a investigação, todos apontaram o professor como o responsável pela idéia do suicídio aos jovens indígenas. Segundo Engel, uma adolescente contou ter sido ameaçada de morte pelo professor depois do depoimento. Os relatos das testemunhas contam que os rituais satânicos eram comandados pelo professor, vestido de negro e usando capuz da mesma cor, que induzia os jovens a se suicidarem. Os rituais eram realizados no cemitério da cidade, durante o qual crianças e adolescentes tomavam "beberagens" (espécie de bebida prepara pelos próprios índios) e liam citações do livro de São Cipriano, conhecido por conter receitas de bruxarias. A reportagem entrou em contato com a Federação das Organizações Indígenas do Alto Rio Negro (Foirn), que representa as etnias de São Gabriel. De acordo com a assessoria, o órgão não vai se manifestar até que as investigações apontem as causas dos suicídios.

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