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Polícia Militar vigia área em PE para impedir retorno de sem-terra

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Polícia Militar voltou ao Engenho Prado, no município de Tracunhaém, na zona da mata,na noite de hoje, para impedir o retorno dos sem-terra despejados ontem, apesar de o desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco, Nélson Santiago Reis, ter concedido liminar determinando a suspensão da reintegração de posse da área concedida pelo juiz de Nazaré da Mata Carlos Alberto Maranhão de Oliveira. O secretário estadual de Defesa Social, Gustavo Lima, disse estar apenas cumprindo ordem do juiz Maranhão Oliveira, que hoje à tarde mandou ofício à PM explicando que a suspensão da liminar ocorreu quando a reintegração já estava praticamente concluída, com as moradias destruídas e os sem-terra desalojados. Por isso, disse no ofício que o que já havia sido feito deve ser mantido "ficando determinado que os que foram retirados não poderão reocupar a terra". Para o advogado da Comissão Pastoral da Terra (CPT) o juiz de Nazaré da Mata está desafiando a decisão do Tribunal de Justiça, assim como a polícia. O ouvidor-geral do Incra, Gercino Silva, que considerou o despejo de ontem "ilegal", com a prevalência "do poderio econômico e da burocracia sobre o social", disse que o juiz interpretou a decisão do desembargador para manter a sua decisão. Segundo ele, a suspensão da reintegração não é válida apenas a partir do momento em que é assinada. "É suspensa toda a decisão e volta-se ao estado anterior", afirmou ele. "Os sem-terra podem voltar e até reconstruir as moradias". A CPT e o Incra tentam revogar a decisão na câmara de férias do Tribunal de Justiça.

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