Polícia investiga empresa que presta serviço a Infraero

Por Agencia Estado
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Investigação da Polícia Civil e do Ministério Público do Estado mostra que a empresa responsável pela limpeza do Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio, tem em seu quadro de funcionários pelo menos 31 acusados de roubo, estupro e tráfico de drogas. Policiais cumpriram na tarde desta quarta-feira mandados de busca e apreensão na sede da Rufolo, contratada pela Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero). Há a suspeita de que criminosos estejam usando o emprego como fachada para praticar crimes como tráfico internacional de drogas, uma vez que os funcionários têm acesso livre por toda a área do aeroporto. Na segunda-feira, a promotora de Justiça Fernanda Neves Lopes, em exercício na 1.ª Vara Criminal, conseguiu a condenação do traficante Alexandre Isau da Silva, o Xandico, a oito anos e meio de prisão por tentativa de homicídio de um policial militar. Em sua defesa o criminoso exibiu documento que comprovava ser empregado da Rufolo e apresentou duas testemunhas que confirmaram que ele trabalhava para a empresa. A promotora afirmou que Silva foi contratado quando já tinha mandado de prisão expedido por associação para tráfico de entorpecentes e por participação em chacina no morro do Dendê, na Ilha do Governador. "Precisamos saber se há envolvimento de diretores da empresa, se eles tinham conhecimento, o que está por trás disso" declarou a promotora. "Será que os diretores têm ciência de que funcionários foram contratados sem verificação dos antecedentes criminais?" Ela ressalvou que ainda não existem provas que confirmem as suspeitas. O inspetor Miguel Ticom, que trabalha na delegacia de Polícia Civil do aeroporto internacional, confirmou que Xandico trabalhava no aeroporto e disse que a investigação aponta para um "cabeça" que seria ligado à empresa. "Ele (Xandico) sentiu que estava sendo investigado e não voltou mais ao trabalho", disse o policial. "Muitas empresas não têm rigor na contratação, mas nesse caso existe um cabeça. Temos um nome, estamos investigando." Ticom quer verificar se todos os funcionários contratados realmente estão trabalhando no aeroporto. A empresa Rufolo, procurada pela reportagem, não havia se pronunciado até as 19h de quarta.

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