O delegado Renato Nunes, da Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Saúde Pública, decidiu indiciar hoje sob acusação de adulteração voluntária de medicamento o diretor-presidente do laboratório Enila, Márcio D´Icarahi, a farmacêutica-responsável, Márcia Almeida Fernandes, o gerente de produção, Wagner Teixeira, e o químico Antônio Carlos Fonseca. O laboratório produzia o remédio Celobar, suspeito de ter provocado mortes em pelo menos cinco Estados. ?Está descartada a vertente de contaminação acidental?, afirmou o delegado. De acordo com o delegado, está prevista pena que varia de 20 a 30 anos de prisão para o crime de ?adulteração voluntária de medicamento com resultado de morte?. O advogado do laboratório Enila, Paulo Henrique Lins, disse hoje que só vai se pronunciar sobre o caso após ler o relatório do delegado, que será encaminhado ao Ministério Público do Estado. Segundo Nunes, ao contrário do que afirmara D?Icarahi em depoimento à polícia, a adulteração do princípio ativo do Celobar (sulfato de bário) foi feita com consentimento da empresa. A polícia sustenta que o Enila tentou transformar clandestinamente carbonato de bário, substância letal usada na fabricação de veneno para ratos, em sulfato, para obter um medicamento mais barato.