PUBLICIDADE

Polícia Federal prendeu os principais diretores do TCU

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Criado há 114 anos para fiscalizar a aplicação do dinheiro público por parte dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, o Tribunal de Contas da União (TCU) não consegue fiscalizar sua própria contabilidade. A Polícia Federal prendeu hoje os quatro diretores mais importantes da instituição, acusados de favorecer duas empresas do grupo Brasfort nas licitações para a terceirização de mão de obra, segurança e conservação. A PF prendeu o secretário-geral de administração, Antônio José Ferreira da Trindade, a Secretaria de Controle Interno, Leila Fonseca dos Santos Vasconcelos, a presidente da comissão de licitação, Vera Lúcia de Pinho Borges, e o chefe de segurança do tribunal, Fernando Cézar Almeida. "Fiscalizamos 8 mil unidades gestoras da União, mas infelizmente não temos olhos para tudo", lamentou o presidente do TCU, Valmir Campelo. Os quatro servidores envolvidos nos crimes foram afastados dos cargos e perderam suas gratificações por ocuparem os cargos de confiança. Além do inquérito na PF, vão responder a sindicância interna do TCU. Valmir Campelo informou que o tribunal pode rescindir os contratos com as duas empresas objeto de investigações da PF. Segundo apontaram as investigações da "Operação Sentinela" da Polícia Federal, os crimes estavam sendo praticados pelos diretores do TCU responsáveis por um orçamento de R$ 600 milhões por ano, entre salários (90%) e manutenção da infra-estrutura interna da sede do tribunal em Brasília e nos escritórios regionais. Os quatro presos hoje eram, ao mesmo tempo, executores do orçamento interno do tribunal e fiscalizadores destes gastos. Além da Brasfort, o TCU contratou outras duas empresas - a Montana e a Executiva - responsáveis por 300 funcionários não concursados que são contratados para fazer segurança, limpeza e trabalhos como ascensoristas. O TCU tem cerca de 2 mil funcionários contratados e outros 30 terceirizados através destas empresas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.