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Polícia deve entregar provas no caso BNDES

Silvia quer normalizar andamento de processo contra acusados de desvio

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Por Fausto Macedo
Atualização:

A Polícia Federal tem 5 dias para entregar à Justiça todo o acervo de provas recolhidas pela Operação Santa Tereza, missão integrada da PF com a Procuradoria da República que envolve o deputado Paulinho da Força (PDT-SP) em suposto esquema de desvio de verbas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A ordem foi dada por Silvia Rocha, juíza-titular da 2.ª Vara Criminal Federal em São Paulo, onde tramita ação penal contra 13 acusados de integrarem a organização criminosa, entre advogados, empresários e lobistas - Paulinho não é réu nesse processo porque tem foro privilegiado perante o Supremo Tribunal Federal, que abriu investigação contra ele. A PF terá de enviar à Justiça a coleção completa dos arquivos de áudios relativos a grampos realizados até depois da deflagração da operação e correspondências eletrônicas copiadas dos HDs dos computadores dos investigados. Silvia Rocha tomou a medida para normalizar o andamento do processo e evitar que relatórios policiais continuassem sendo juntados aos autos na véspera das audiências de interrogatório dos réus. Ela estava preocupada até com a possibilidade de nulidade da ação. Ao todo, foram produzidos 12 relatórios federais sobre a operação. O último, datado de 4 de junho, é exclusivamente dedicado a Paulinho e seguiu direto para a Procuradoria-Geral da República, em Brasília. A juíza marcou para o próximo dia 23 interrogatório de dois denunciados, o coronel Wilson de Barros Consani Júnior e o executivo Boris Timoner, cujos depoimentos haviam sido adiados a pedido de seus defensores, que alegaram não ter tido acesso a todos os documentos da PF. Outros adiamentos ocorreram pelo mesmo motivo. Consani é homem de confiança de Paulinho. Segundo a PF, na noite que antecedeu a operação, o oficial avisou o deputado sobre a movimentação policial. Paulinho nega envolvimento no esquema. Fábio Cavalheiro, advogado de Consani, afirma que o coronel não tem participação em fraudes. Na próxima semana, a magistrada deverá decidir sobre pedido denominado exceção de competência, apresentado por dois réus perante a 2.ª Vara. Eles argumentam que o STF é a instância judicial que deve assumir a condução do processo Santa Tereza, uma vez que a investigação aponta para Paulinho da Força. Antes de tomar sua decisão, "o que fará à luz da Constituição e da lei", Silvia Rocha encaminhou o pedido para manifestação do Ministério Público Federal.

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