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Polícia Civil procura fundadores da igreja Renascer

Casal fundador da igreja é acusado de fraude contra fiéis e lavagem de dinheiro

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Polícia Civil procura os fundadores da Igreja Apostólica Renascer em Cristo, Estevam Hernandes Filho, sua mulher, Sônia Haddad Moraes Hernandes, e outras três pessoas ligadas à denominação que estão foragidos após terem a prisão preventiva decretada na quarta-feira pelo juiz titular da 1ª Vara de Justiça Criminal de São Paulo, Paulo Antônio Rossi. A prisão foi pedida pelo Ministério Público porque os cinco não compareceram em uma audiência sobre um processo que responder por desvio e lavagem de dinheiro arrecadado em cultos, além de golpes contra fiéis, envolvendo a igreja e 10 empresas ligadas a ela. A Procuradoria de São Paulo diz que a igreja deixou de pagar mais R$ 7 milhões em impostos e deixou de declarar R$ 46 milhões à Receita Federal. A igreja Renascer possui cerca de 1500 templos no Brasil em pouco tempo de existência. O advogado dos fundadores da nega os crimes. Na noite de quinta, após a decretação da prisão, o apóstolo Hernandes mandou recado para os fiéis da igreja por meio de um rádio Nextel operado por um pastor durante um culto. Afirmou que o pedido de prisão é "artimanha do demônio". Na tentativa de suspender a prisão, os advogados dos Hernandes entraram com pedido de habeas-corpus no Tribunal de Justiça de São Paulo e com pedido de reconsideração, na 1ª Vara. Prisão O juiz Antônio Paulo Rossi decretou a prisão provisória do casal Hernandes acatando pedido enviado em 17 de novembro pelos quatro promotores do Grupo de Atuação de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) - Arthur Lemos, Eder Segura, Roberto Porto e José Reinaldo Carneiro. O casal Hernandes não compareceu a uma audiência em que seriam confrontados com fiscais da Fazenda Estadual que rastrearam oito contas bancárias pelas quais passaram R$ 46 milhões nos últimos dois anos e dez empresas abertas no endereço da sede social da Igreja. Os promotores alegaram que, ao não ir à audiência, os réus colocaram em risco a aplicação da lei penal. O processo em tramitação na 1 ª Vara Criminal já havia resultado no bloqueio de bens e contas bancárias dos fundadores da Renascer. Ouvidos em uma primeira audiência - em depoimento ao qual o Estado teve acesso -, Estevam e Sônia Hernandes disseram que abriram empresas na mesma sede social da Igreja Renascer porque são "empreendedores". Sônia Hernandes também afirmou que não sabe detalhes da administração dessas empresas porque "quando precisa de dinheiro, pede ao marido".

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