A Brigada Militar bloqueou a área invadida por cerca de 2 mil militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) na Fazenda Coqueiros, em Coqueiros do Sul, no noroeste do Rio Grande do Sul. Uma equipe de 30 soldados foi enviada à região para controlar todos os movimentos dos sem-terra e impedir a entrada de mais invasores na área. O comandante do policiamento do Planalto, coronel Waldir dos Reis Cerutti, disse que as patrulhas receberão reforços de mais 20 homens nesta quinta-feira. Sob assistência jurídica da Federação da Agricultura no Rio Grande do Sul (Farsul), o proprietário da fazenda, Félix Guerra, vai comunicar à Justiça de Carazinho nesta quinta-feira que o MST descumpriu um interdito proibitório em vigor. A decisão judicial determinava que o movimento se abstivesse de entrar na propriedade rural. Desde abril de 2004, os sem-terra ocuparam áreas da fazenda de 7 mil hectares três vezes e entraram na propriedade rural pelo menos outras quatro vezes para tentar plantar milho ou impedir que os funcionários fizessem a colheita. O advogado da Farsul, Nestor Hein, disse que a expectativa é que a Justiça determine a imediata desocupação. Os sem-terra reuniram cerca de 2 mil pessoas, de 14 acampamentos, para invadir a Coqueiros na madrugada de terça-feira. O capataz Dário Cagliari registrou a ocorrência na delegacia de Carazinho e disse que sete funcionários foram expulsos da fazenda por homens encapuzados e armados durante a chegada do MST. O coronel Cerutti informou nesta quarta-feira que sua equipe observou os sem-terra construindo cerca de 300 barracos com madeira de uma serraria localizada dentro da fazenda. Um dos líderes do MST, Edenir Vassoler, disse que a expectativa dos invasores é que os governos federal e estadual negociem com o proprietário e cheguem a um entendimento para que a fazenda seja transformada num assentamento. "Calculamos que nesta área podem ser assentadas cerca de 500 famílias, gerando no mínimo 1,5 mil empregos diretos", justifica.