Polarização entre Serra e Marta antecipa 2º turno, diz consultora

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Por Agencia Estado
Atualização:

A campanha à Prefeitura de São Paulo assume antagonismo mais direto, quase antecipando o segundo turno entre os candidatos Marta Suplicy (PT) e José Serra (PSDB), segundo a consultora do Grupo Estado para análise de pesquisas eleitorais, Fátima Pacheco Jordão. "Nesses últimos dois dias a campanha de Marta atacou duramente a gestão de Serra como ministro, então, a campanha ganhou um novo patamar de antagonismo já mais direto quase antecipando um segundo turno", disse. Ela aponta que, com esta postura, o PT mostra que Serra entra como favorito no segundo turno. Para Fátima, os ataques vão se intensificar sobretudo por parte de Marta, que deverá abrir com uma agenda mais crítica para tentar diminuir a diferença, enquanto Serra deverá manter-se fora de um embate e vai provavelmente melhorar a sua performance com relação às propostas, até o momento que sentir que está próximo demais da atual prefeita. Se a diferença entre os dois não se modificar, "provavelmente teremos uma campanha de Marta agressiva muito ativa e a campanha defensiva de Serra propositiva e mansa", afirma. Fátima observa que a aproximação entre o tucano e a candidata do PT - divulgada na última pesquisa Ibope - ocorreu porque os eleitores parecem ter abandonado os outros candidatos, segundo a seqüência de pesquisas. Desta forma haverá oscilações até o último momento, pois uma parcela importante de eleitores diz que ainda poderá mudar de posição e estas mudanças se dão entre os dois primeiros colocados. "Quase 30% do eleitorado de Serra diz que poderia votar em Marta e vice-versa". Pela interpretação da analista, é este segmento que vai efetivamente definir as eleições, mas o eleitor praticamente já está se preparando para um debate a dois. Na avaliação da consultora do Grupo Estado as alianças entre partidos no segundo turno serão menos importantes para garantir um resultado na eleição em São Paulo. Segundo ela, "os eleitores não estão levando tanto em conta seguidores ou partidos, mas sim se relacionando mais diretamente com a figura do candidato com suas propostas, com seu discurso". Além disso, para ela, "por mais articulada que seja esta aliança de segundo turno nem todos os eleitores que votaram em Erundina, Maluf , Rossi ou outros acompanharão seu candidato no segundo turno". O que pesará mais será a maneira como serão colocados os discursos dos dois candidatos. Fátima disse não ser possível dizer se o PT tem avançado como queria no âmbito nacional. "O PT pretendia dobrar o número de prefeituras e está bem em quatro, cinco capitais, o que já é importante. O PT está reiterando em muitas cidades o seu governo - por exemplo, em Fortaleza e Porto Alegre é provável que haja reeleição - e está perdendo em outras. É possível que Marta não ganhe em São Paulo, está perdendo em Belém, ou seja, no âmbito nacional não é possível dizer se o PT vai ter aquela votação que pretendia", disse. Na percepção da consultora, houve uma reorganização baseada menos nas alianças partidárias e muito mais na evidência de realizações dos candidatos que estão em jogo. "Esta é uma eleição de evidência, de efeito de demonstração, de realização, mais do que ideológica e muito menos partidária", completou.

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