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PMDB tenta manter-se unido até 2002

Por Agencia Estado
Atualização:

A cúpula do PMDB fará, nesta segunda-feira, a primeira de uma série de reuniões até as prévias de 20 de janeiro, para tentar chegar unido à disputa presidencial do ano que vem. O senador Pedro Simon (RS), que participará do encontro, reconhece que a missão é das mais difíceis. Além do racha entre os governistas e a ala oposicionista, comandada pelo governador de Minas Gerais, Itamar Franco, o partido sofreu um novo abalo, com a dissidência de filiados favoráveis à candidatura da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL). Pré-candidato à presidência, Simon acredita que apenas o fortalecimento do ?respeito recíproco? entre os peemedebistas conseguirá remover esses obstáculos. ?Sem isso, não conseguiremos crescer para chegar ao segundo turno das eleições?, prevê. Os participantes do encontro, marcado para a tarde desta segunda, na casa do presidente do Senado, Ramez Tebet (MS), foram oficialmente convidados para tratar da regulamentação das prévias. Confirmaram presença, além de Tebet e Simon, o presidente do partido, Michel Temer (SP), o governador Itamar Franco, e os líderes na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), e no Senado, Renan Calheiros (AL). Eles endossam a idéia de Simon, mas adiantaram a colegas do partido que acham difícil apaziguar interesses tão diversos, a ponto de chegar a um consenso que agrade a todos e traduza o resultado esperado pelo senador. ?Alguém vai sair machucado dessa história?, antecipa um parlamentar que acompanha de perto as divergências do PMDB. Ele considera ?boa? a iniciativa de marcar a conversa, embora acredite que o resultado possa ser outro. Em vez de aproximar os pré-candidatos do partido, a tentativa reforçaria a polêmica entre eles. A divisão atinge inclusive o próprio Simon, que acredita contar com o voto de Temer para suas aspirações como presidenciável. Nos próximos dias, o deputado deve assumir a condição de pré-candidato e, portanto, de adversário do senador e de Itamar Franco nas prévias. A estratégia faz parte do esquema discutido internamente pelos caciques do PMDB para barrar a candidatura do governador mineiro, mas Itamar mandou dizer, por meio seus assessores, que não se intimidará. Até porque tem como certo que não haverá recuo na orientação do partido de lançar um candidato próprio nas eleições presidenciais. Itamar acredita que até janeiro não surgirá nenhum correligionário capaz de superá-lo nas pesquisas eleitorais.

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