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PMDB tenta dupla vitória no Congresso de olho em 2010

Por CHRISTIANE SAMARCO E MARCELO DE MORAES
Atualização:

A Câmara e o Senado elegem amanhã os seus novos presidentes e o PMDB aproveita a troca de comando para, mais do que nunca, tentar se alçar à condição de noiva mais cobiçada pelo PT e PSDB para a eleição presidencial de 2010. A meta é assegurar o comando simultâneo das duas Casas, com as vitórias do deputado Michel Temer (SP) e do senador José Sarney (AP). Os eleitos terão o controle da pauta de votações e influência política sobre as discussões do Congresso no próximo ano, quando estará em curso o processo de sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Se a sucessão interna no Legislativo pode consagrar a recuperação do PMDB como legenda, fortalecida pela eleição de oito governadores em 2006 e por fazer o maior número de prefeitos em 2008, ao mesmo tempo expõe as suas eternas divergências internas, minando a candidatura própria à Presidência. A candidatura Temer é apoiada pelos partidos de oposição, como PSDB e DEM. Mas também atrai o apoio do presidente Lula e da ministra da Casa Civil, a presidenciável Dilma Rousseff, embora desagrade ao PT, que preferia permanecer com o posto. A candidatura Sarney é vista com simpatia pelo Planalto, mas também enfrenta a rejeição do PT, que lançou o senador Tião Viana (AC), com o apoio da bancada do PSDB. Assim, criou-se a inusitada situação de PSDB e PT alinhados na disputa. As eventuais vitórias simultâneas de Sarney e Temer representarão um momento especial para o PMDB. Se esses resultados se confirmarem, o partido garantirá uma hegemonia que não tinha desde o biênio 1991-1993. À época, presidiu a Câmara com Ibsen Pinheiro (RS) e o Senado com Mauro Benevides (CE). ?Essa é a primeira vez que o PMDB por inteiro compreende que não tem candidato à Presidência e não adianta inventar, que o PMDB é um aliado e eleitor estratégico e confortável para o governo para 2010 porque já faz parte da aliança com Lula?, disse o ex-governador do Rio e vice-presidente da Caixa Econômica Federal Moreira Franco. Ele apoia Dilma, mas tem ótimas relações com a oposição. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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