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PMDB reage com descaso à demissão de Bezerra

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Por Agencia Estado
Atualização:

O PMDB reagiu à demissão do ex-ministro Fernando Bezerra, da pasta da Integração Nacional, como se ele não integrasse o partido. No Congresso, houve raras manifestações de solidariedade, sendo que a mais contundente partiu de um dos cotados para ocupar a liderança do governo no Senado, Geraldo Melo (PSDB-RN), que "deplorou" o ocorrido. Os peemedebistas preferiram interpretar a nova baixa como sendo uma decisão pessoal do presidente Fernando Henrique Cardoso, evitando maiores críticas ou análises. A cúpula do partido afirmou que o substituto de Bezerra deve ser escolhido dentro dos quadros do PMDB. "O ministério é da cota do partido", disse o presidente do Senado e do PMDB, Jader Barbalho (PA). Os nomes mais citados para ocupar a pasta, que deverá receber novo nome, são o ex-presidente da Câmara, Michel Temer (SP), e o atual líder da bancada peemedebista também na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA). Apontado como o principal nome para ocupar a vaga de líder do governo no Senado depois que José Roberto Arruda (sem partido-DF) foi obrigado a deixá-la, Geraldo Melo deplorou a saída de Fernando Bezerra. "Lamento profundamente e deploro sua saída, pois isso representa uma perda para o País", disse ele. "Conheço bem sua seriedade, motivo pela qual tenho esperança que o mal-entendido venha a ser esclarecido." Mas o tom predominante no Congresso foi de descaso. "Eu entendi o espírito do ministro", afirmou o líder Geddel Vieira Lima, numa referência irônica às suspeitas que recaem sobre Bezerra. "O partido não o considerava ministro do PMDB", afirmou, categórico, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), que se recusou a indicar o nome do eventual substituto para Bezerra. "O partido não tem nomes." No esforço para manter o clima de unidade da base aliada, o presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), buscou neutralidade ao opinar: "Não tive tempo de analisar (o pedido de demissão de Bezerra), mas cabe-me apenas respeitar a decisão". Ex-ministro de vários governos, Iris Rezende (GO) tentou não ser crítico em relação ao colega. "Cheguei à conclusão de que, embora não tenha sido comprovada sua culpabilidade, ele ficou sem condições de continuar no ministério", disse ele. Jader Barbalho e o senador Maguito Vilela (PMDB-GO) elogiaram Fernando Bezerra à frente do Ministério de Integração Nacional. "Ele assinou o requerimento que propõe a abertura da CPI da Corrupção, provando que não teme as investigações", disse o parlamentar goiano. "Acho que a renúncia foi uma decisão acertada." O presidente do PMDB preferiu ser mais contido: "O partido sempre prestigiou a administração de Fernando Bezerra".

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