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PMDB quer Temer no lugar de Bezerra

Por Agencia Estado
Atualização:

Com a saída do governo do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, líderes do PMDB começaram nesta terça-feira uma mobilização para indicar o deputado Michel Temer (PMDB-SP) para a vaga. Apesar da pressão peemedebista para emplacar Temer, a decisão do presidente Fernando Henrique Cardoso não deverá sair esta semana. "Ele está sem pressa", resumiu um ministro próximo ao presidente. "Não existe definição." Para um integrante da cúpula do PMDB, Temer é considerado o nome ideal do partido, não só pelo bom relacionamento que tem com Fernando Henrique, mas também pela capacidade de articulação política, uma vez presidiu a Câmara durante quatro anos. "Até agora, não fui convidado, nem pelo presidente e nem pelo PMDB, para assumir o ministério", disse Temer, que, na tarde desta terça, viajou para Osasco, na Grande São Paulo, onde participou de um encontro com o diretório do partido. Outros dois nomes foram cogitados no PMDB para assumir o ministério: o do senador Ramez Tebet (PMDB-MS), presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, e o do deputado Benito Gama (PMDB-BA). Mas a pressão do PMDB será mesmo para indicar Temer. A cúpula do partido reuniu-se nesta terça-feira à noite para chegar a um consenso em relação ao tema. A legenda decidiu esperar um sinal de Fernando Henrique para só depois apresentar as sugestões ao governo. Já Fernando Henrique quer aproveitar a troca de comando do Ministério da Integração Nacional para receber do PMDB demonstrações de apoio, principalmente em relação à CPI. "O presidente não tem nenhum nome", avisou um assessor palaciano, informando que não existe compromisso em manter a pasta com o PMDB. Mas a cúpula peemedebista deixou claro, durante toda esta terça-feira, que não abrirá mão do cargo. Durante o almoço, os principais líderes do partido reuniram-se na casa do presidente do Congresso e nacional do PMDB, senador Jader Barbalho (PA), para avaliar a situação política da sigla com a saída de Bezerra do governo e da legenda. "Ele sempre falou que era muito mais um ministro de Fernando Henrique do que do partido", disparou o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL). "Agora, por que Bezerra pede a solidariedade do PMDB?" O líder da agremiação na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), também alfinetou. "O PMDB nem nomeia e nem demite ministro", disse Geddel. A cúpula do PMDB desvinculou o episódio de Bezerra do partido. Não é de hoje que os principais líderes da legenda são envolvidas em escândalos. Os peemedebistas atribuem essas denúncias a uma campanha do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) para atingir a sigla. Não escapou das acusações nem mesmo Temer, que, segundo a denúncia, participou de irregularidades no Porto de Santos (SP).

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