PMDB quer fortalecer Temporão para evitar cobiça do PT

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Por AE
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O comando do PMDB resolveu bancar a permanência do ministro José Gomes Temporão na Saúde para não abrir espaço ao PT, que cobiça o cargo. Para tanto, líderes peemedebistas programaram uma dieta de fortalecimento político do ministro que começa com a reaproximação de Temporão da bancada do PMDB na Câmara. "Farei uma espécie de mediação, porque a relação entre o ministro e a bancada do PMDB está ruim", afirma o presidente nacional do partido, deputado Michel Temer (SP), que defende a permanência de Temporão no cargo. Temer marcou uma conversa com Temporão e o líder na Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para as 9h30 de hoje, no Ministério da Saúde. Temer e o líder dizem que o objetivo do encontro é "esclarecer melhor" os problemas entre o ministro e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa). O que irritou a bancada do partido na Câmara a ponto de pedir a cabeça de Temporão na semana passada foi o fato de o ministro ter acusado a Funasa de ser "corrupta" e ineficiente e não apresentar uma denúncia concreta. Ontem em São Paulo, onde participou de cerimônia ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Temer empenhou-se em amenizar o clima de desconforto entre o partido e Temporão. "Não há nenhuma intenção do PMDB de pedir o ministério. Ao contrário. O Temporão está fazendo um bom trabalho", afirmou Temer, que classificou como "pequena divergência" a reação negativa da bancada a críticas feitas pelo ministro à Funasa. A conversa, logo cedo, do ministro com o líder Henrique Alves é uma tentativa de encontrar argumentos para acalmar os deputados peemedebistas, que indicaram Danilo Forte para presidir a fundação. O próprio líder marcou reunião da bancada para as 17h de hoje, com uma agenda que o Planalto considerou explosiva: um manifesto de repúdio às acusações do ministro e outro de solidariedade a Danilo Forte. "Haja ou não divisão no partido, não é o momento de pensar na saída dele, e sim de mantê-lo no cargo", ponderou Temer em conversa com Henrique Alves, observando que o líder cobrara explicações de Temporão "muito acidamente", e que o ministro havia recuado da acusação a Forte, dizendo que se referira a administrações anteriores. "Tirá-lo tem que ser decisão do governo e não do partido", insistiu, ao convidar o líder para o encontro com o ministro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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