PMDB, PFL e PSDB tentam evitar troca-troca de partidos

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Por Agencia Estado
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Na reta final do prazo de filiação partidária para os candidatos às eleições de 2002, que termina dia 5 de outubro, os três maiores partidos da base aliada - PMDB, PFL e PSDB - tentam um acordo para evitar que o troca-troca se converta em novo foco de crise entre governistas. Um encontro nesta terça-feira, porém, não produziu compromissos. O PFL continua com medo de perder o prefeito de Curitiba, Cássio Tanigushi, para o PSDB, ao mesmo tempo em que trabalha para convencer o senador José Sarney (PMDB-AP) a ingressar na legenda. O acerto entre os presidentes nacionais do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), do PSDB, deputado José Aníbal (SP), e do PMDB, deputado Michel Temer (SP), refere-se à montagem de uma agenda no Congresso capaz de promover a união dos governistas. A partir de agora, os três presidentes participarão das reuniões do colegiado de líderes partidários da Câmara e Senado. "Nossa atuação, agora, visa ao futuro e à preservação da imagem do Congresso", explica Temer, ao afirmar que o próximo encontro será realizado na semana que vem, com a presença do PPB e PTB. O líder tucano apressou-se em falar da necessidade de os governistas preservarem a convergência "inédita" que mantiveram até agora. "Construímos esta convergência com dificuldades e tensões, mas é obra importantíssima e deve continuar", disse Aníbal. "Se tivermos um comportamento inadequado até o dia 5, quando termina o prazo de filiação, teremos um elemento de forte combustão na base", advertiu Bornhausen, convencido de que cooptação é sinônimo de nova turbulência entre os aliados. Depois da briga com o PMDB em torno da substituição do senador Jader Barbalho (PMDB-PA) no comando do Senado, os presidentes das siglas decidiram investir na montagem da pauta de debates e votações para tentar unir a base. Acionado por Temer na noite de segunda-feira, com a proposta de um encontro para selar a paz entre PFL e PMDB, Bornhausen começou a terça-feira com uma visita ao presidente do Senado, Ramez Tebet (PMDB-MS). O presidente do PFL falou da preocupação porque, mais do que votar em branco na eleição de Tebet, os pefelistas retiraram-se do plenário na hora do discurso de posse. "Votamos em branco, em nome da unidade da bancada, atendendo aos baianos e aos membros do Conselho de Ética, mas não houve restrição de natureza pessoal ao presidente da Casa", garante o senador pefelista ao presidente do Senado. Ao negar que a ausência dos pefelistas tenha sido descortesia proposital, esclareceu que estava ali em visita de cortesia.

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