PMDB não pode ser coordenador de RH do governo, afirma Renan

Presidente do Senado acusou o PT de aparelhar o Estado

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Por Isadora Peron
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusou nesta quinta-feira o PT de aparelhar o Estado e criticou a atuação do vice-presidente e correligionário Michel Temer à frente da coordenação política do governo. Segundo ele, o PMDB não ser coordenador de RH do governo Dilma. 

O líder do SenadoRenan Calheiros (PMDB) e o vice-presidente MichelTemer Foto: André Dusek/Estadão

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"O pior papel que o PMDB pode fazer é substituir o PT naquilo que o PT tem de pior, que é no aparelhamento do Estado. O PMDB não pode transformar a coordenação política, sua participação no governo, em uma articulação de RH (Recursos Humanos), para distribuir cargos e boquinhas", afirmou Renan.

Temer foi escalado pela presidente Dilma Rousseff para comandar a distribuição de cargos no segundo escalão para acalmar o PMDB. Nas últimas semanas, o vice tem trabalhado para distribuir entre os membros da base aliada cargos como a presidência de autarquias e a direção de departamentos vinculados a ministérios.

Segundo Renan, Temer deveria trabalhar para melhorar a coalização que dá sustentação ao governo. "O papel é esse, não o retrocesso que essa distribuição de cargos significa", disse.

Apesar das críticas, Renan mantinha um aliado à frente do Ministério do Turismo até o último dia 15, quando perdeu o cargo para o PMDB da Câmara. Com Temer à frente da articulação política, o peemedebista também conseguiu emplacar nomes no segundo escalão, como o de Jorge Luiz Macedo Bastos na diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). 

Questionado se ele iria pedir para os seus apadrinhados políticos deixarem os cargos, Renan desconversou. "O que não quero é participar do Executivo. Não vou indicar cargo no Executivo. Esse papel hoje é incompatível com o Senado independente. Prefiro manter a coerência do Senado independente não participando de forma nenhuma de indicação de cargos no Executivo", afirmou. 

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