O líder do PFL na Câmara dos Deputados Inocêncio Oliveira (PE), disse hoje, no Recife, que o PMDB está atrasado em relação à definição da situação do presidente licenciado do Congresso, senador Jader Barbalho (PMDB-PA), acusado de corrupção e desvio de dinheiro público. "Nós (o PFL) já teríamos resolvido o assunto", afirmou ele, sem especificar o tipo de solução, se exclusão ou expulsão do partido. "A demora desgasta o PMDB." Na avaliação dele, a saída de Jader e do governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), da legenda melhora as chances de uma aliança com o PFL e PSDB, visando às eleições presidenciais de 2002. Ele apóia a idéia de realização de eleições primárias ou de prévias envolvendo as três siglas para a escolha de um candidato único. Nesse contexto, ele, assim como a cúpula da agremiação (o presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen, e o vice-presidente da República, Marco Maciel) aceita que o partido não seja cabeça de chapa. Bornhausen não mostrou preocupação com a possibilidade de a crise do PMDB vir a impedir uma aliança com a legenda dele. "Não é um mal insanável", disse, lembrando que, em 1994, o PMDB teve candidatura própria e que, em 1998, não teve candidato nem participou da coligação. Ele voltou a defender as primárias ou prévias entre as siglas que aceitarem se aliar para que nenhuma delas seja excluída. "O PFL não aceita pratos feitos", assegurou, afirmando que a agremiação não está enfraquecida e que a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), é um nome de grande aceitação, de acordo com pesquisas de opinião. O investimento do PFL na valorização da governadora tem por objetivo mostrar que o partido tem candidato forte, de acordo com Oliveira. Segundo ele, Roseana afirmou não querer ser candidata a presidente, preferindo eleger-se a senadora mais votada, proporcionalmente, para depois trabalhar pela presidência do Senado. "Mas se o nome da governadora chegar a obter 20% da preferência do eleitorado, ela terá de aceitar disputar a eleição presidencial", adiantou ele. Maciel ainda acha cedo para escolha de candidatos. Ao seu ver, primeiro, as legendas devem unir-se em torno de um programa mínimo de governo, mas não condena que as siglas apresentem os nomes. Ele também é favorável à escolha de um eventual candidato único, na hipótese de uma aliança por meio de primárias ou prévias, "o que poderia cimentar melhor a aliança". Para o prefeito do Rio, César Maia (PFL), as primárias favoreceriam mais o PSDB, que tem um maior leque de candidatos. O PFL, na opinião dele, tem dois "grandes nomes", Maciel e Roseana. Ao contrário de Maciel, ele defende a escolha de um candidato até o fim do ano. Os caciques do PFL estiveram reunidos hoje no Recife, participando do Seminário Revolução na Educação, numa discussão preparatória para congresso nacional da sigla.