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PMDB diz a Lula que falta articulação entre Câmara e Senado

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Por Agencia Estado
Atualização:

O PMDB pediu hoje a interferência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para resolver a falta de entrosamento entre a Câmara e Senado na condução de projetos de interesse do governo. Uma diretriz política entre os entre os aliados do governo foi cobrada pelo líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), para quem os problemas políticos entre as duas Casas já estariam se ampliando. Na mesma linha de Calheiros, o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), também manifestou sua preocupação. Por pelo menos duas vezes nas duas últimas semanas, ele viu as decisões políticas tomadas pelo Senado - todas contando com o aval do governo - serem modificadas na Câmara. Foram citados exemplos como a Medida Provisória (MP) sobre o parcelamento das dívidas fiscais e previdenciária das empresas e a instalação da CPI para apurar a remessa ilegal de US$ 30 bilhões ao exterior, a maior parte pelo Banestado. Um acordo político entre oposição e governo levou o Senado a adiar a criação dessa CPI para aguardar a conclusão das investigações da Polícia Federal, mas o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), resolveu autorizar sua instalação. Na tentativa de resolver o impasse, Lula pediu ao ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, que se reunisse com os presidentes da Câmara, João Paulo Cunha e do Senado, José Sarney. Além disso, autorizou o ministro a realizar dreuniões do Conselho Político do governo, formado pelos presidentes de partidos aliados e líderes do governo. As queixas do PMDB foram feitas durante reunião da cúpula do partido com Lula, que durou uma hora, no Palácio da Alvorada. Em tom de brincadeira, o presidente disse que esses problemas acabam criando ciúmes entre os parlamentares. "Em política ciúme de homem é pior que ciúme de mulher", brincou. O senador Renan Calheiros alertou que a votação da MP que autoriza os bancos a renegociarem dívidas de pequenos agricultores, que está trancando a pauta do Senado, seria o próximo problema, já que os senadores querem alterar o texto aprovado pelos deputados. "As MPs começam na Câmara e terminam na Câmara. A gente faz um acordo no Senado e a Câmara desfaz e isso vem esvaziando o papel do Senado", disse Calheiros, sugerindo que se faça acordos conjuntos para evitar futuros desgastes.

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