PMDB deve indicar candidato da coalizão em 2010, diz Temer

Deputado será reeleito presidente da legenda em convenção da sigla neste domingo

Por Agencia Estado
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Em discurso na convenção nacional do partido, o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), defendeu o lançamento de um candidato da legenda para disputar o Palácio do Planalto em 2010, com apoio da coalizão política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Estamos numa coalizão governamental que pode se transformar em coalizão eleitoral", afirmou Temer neste domingo, 11. "Nesse caso, como maior partido, o PMDB tem o direito de lançar o candidato". Temer será reeleito presidente do PMDB por um período de dois anos, prorrogáveis por mais um, em uma convenção pacífica como raramente se viu na história do partido. Ele isolou os adversários ligados ao presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e ao ex-presidente José Sarney. Com a desistência do candidato de Renan, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim, Temer se transformou em candidato único e conseguiu montar uma chapa com apoio dos sete governadores do partido e da maioria das bancadas do Congresso. Garotinho A convenção foi marcada na parte da manhã por discursos sintonizados no apoio ao governo Lula, inclusive do ex-governador Anthony Garotinho (RJ), até pouco tempo inimigo declarado do presidente. "Em todos os momentos em que a direita se organizar, em que o PFL e o PSDB tentarem armar contra o presidente Lula, o PMDB estará ao seu lado", disse Garotinho em seu discurso. O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), um dos fiadores da aliança PT-PMDB, foi à convenção e agradeceu o apoio que recebeu em sua própria eleição. Ao contrário do que ocorreu em encontros nacionais recentes, os militantes das diversas alas do PMDB gritavam palavras de ordem de unidade e de apoio ao governo. "Um, dois, três, quatro, cinco, mil, PMDB unido na defesa do Brasil" era uma delas. Ministérios O presidente Lula vai receber a nova comissão executiva ainda na noite deste domingo, informou o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), indicado para ocupar o Ministério da Integração Nacional. "Passada a convenção, o presidente Michel voltará a conversar com o presidente Lula sobre a composição do Ministério, mas não faremos disso um cavalo de batalha", disse Geddel. O encontro com Temer para fechar o Ministério deve ocorrer nesta segunda-feira, 12, segundo o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). Votação Por volta das 13h, Temer comemorava o fato de mais de 70% dos 558 delegados dos Estados terem se registrado para votar no novo diretório nacional, que escolhe o presidente e os outros 14 membros da comissão executiva. A votação será encerrada às 17h e a previsão é de que mais de 80% dos delegados compareçam, frustrando o boicote defendido pelo grupo de Renan e Sarney. Segundo o deputado Eliseu Padilha (RS), o boicote resumiu-se aos Estados de Alagoas, Maranhão, Amapá, Pará e Roraima e só foi total em Alagoas, terra de Renan Calheiros. "Essa convenção é uma demonstração da fortaleza e da unidade do PMDB", afirmou Temer. "As divergências são apenas de caráter eleitoral e nós vamos procurar esses companheiros, de muito valor, para caminharmos juntos".

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