
21 de outubro de 2011 | 13h33
BRASÍLIA - O policial militar João Dias, delator do esquema de corrupção no Ministério do Esporte, tentou sem sucesso recuperar documentos apreendidos na sua residência, durante a Operação Shaolin que, segundo ele, serviriam para comprovar as denúncias contra o ministro Orlando Silva. João Dias esteve nesta sexta-feira, 21, na Delegacia de Combate ao Crime Organizado, em companhia dos advogados, com uma ordem judicial que lhe dava direito de acesso ao material apreendido. Frustrado, Dias informou que vai apelar à Justiça para obrigar a Polícia Civil a cumprir a ordem.
Durante a entrevista, Dias reafirmou as denúncias de que no Ministério funciona um esquema de desvio de recursos e cobrança de propina envolvendo ONGs, políticos e dirigentes da pasta, todos ligados ao PC do B. "A cúpula do Ministério do Esporte é uma grande organização criminosa, da qual fazem parte diretores, chefes de setor de órgãos técnicos e secretários da Pasta", afirmou Dias, acrescentando que pelo menos 15 dirigentes estão envolvidos na fraude.
Orlando Silva nega as irregularidades e afirma que as denúncias de João Dias são em retaliação à suspensão dos convênios firmados com as entidades ligadas a ele devido ao não cumprimento de contrato. Nessa semana, o ministro participou de duas audiências públicas, na Câmara e no Senado, para prestar esclarecimentos sobre o caso.
Na quarta-feira, 19, Orlando afirmou que a Advocacia-Geral da União (AGU) impetraria queixa-crime contra o policial militar João Dias Ferreira e o motorista Célio Soares Pereira, que também o acusa de envolvimento no suposto esquema. No mesmo dia, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse que pediria ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito contra o ministro para investigar o caso.
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