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PM de SP 'encosta' coronel que convocou colegas a participar de ato pró-Bolsonaro

Ex-comandante de batalhões no interior, coronel Lacerda vai para Estado-Maior Especial; ele é alvo de investigação da corregedoria após 'Estadão' revelar postagens políticas em mídias sociais, conduta vedada a policiais da ativa

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Foto do author Marcelo Godoy
Por Marcelo Godoy
Atualização:

O coronel Aleksander Lacerda foi designado nesta quarta-feira, 25, pelo comando da Polícia Militar para o Estado-Maior Especial. O órgão é conhecido popularmente entre policiais como “Nasa”, o lugar em que um coronel é "encostado" para não ficar sem função. Lacerda foi afastado do Comando de Policiamento do Interior-7 (CPI-7) após convocar seus”amigos” a participar da manifestação bolsonarista de 7 de Setembro.

O coronel da PM Aleksander Lacerda, responsável pelo Comando de Policiamento do Interior-7 Foto: Diego Gama/Câmara Municipal de Sorocaba (3/8/2020)

Em quase 400 mensagens publicadas entre os dias 1 e 22 de agosto em suas redes sociais, ele também criticou e ofendeu ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), chamou o governador João Doria (PSDB) de “cepa indiana” e classificou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), de “covarde”.

'Cepa indiana': É assim que o comandante descreveo governador, ao lado de políticos da oposição Foto:

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Para seu lugar, o comando da PM designou o coronel Edson Luís da Silva Simeira, que comandava até então o policiamento na região central de São Paulo, o Comando de Policiamento de Área Metropolitanao-1 (CPA-M1). E, para o lugar de Simeira, foi nomeado o coronel Marcos de Paula Barreto.

As nomeações foram publicadas nesta quarta no Diário Oficial do Estado. Além de ser afastado, Lacerda terá seu caso examinado pela Corregedoria da PM. O comando da PM não informou ainda que tipo de procedimento foi aberto para apurar a conduta do coronel. 

Em entrevista ao Estadão, o ex-comandante do Policiamento da capital (CPC), coronel Glauco Carvalho, afirmou que o afastamento de Lacerda é pouco diante da gravidade de seu ato. O coronel defende que o colega seja punido severamente do ponto de vista administrativo e do ponto de vista penal-militar.

“A tropa precisa saber que o bumbo bate no pé direito”, afirmou o coronel. Para ele, o afastamento é punição branda. “Quero salientar que o coronel Aleksander é meu amigo. Foi meu aluno no Curso Superior de Polícia; é um bom oficial. A despeito disso, fico com a lei, com os princípios e os valores da instituição. Ele tem de ser severamente punido”.

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