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Plenário da Câmara aplaude defesa de Roberto Brant

Ele anunciou que não volta à vida pública independentemente do resultado da votação

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Por Agencia Estado
Atualização:

O deputado Roberto Brant (PFL-MG) terminou seu discurso de defesa no plenário da Câmra e foi aplaudido em pé pela maioria dos cerca de 150 deputados que estavam presentes no plenário, inclusive representantes do PT. Ele foi acusado pela CPI dos Correios de receber dinheiro do chamado valerioduto. Brant, R$ 102,8 mil da SMPB de Marcos Valério de Souza, apontado como operador do mensalão e do esquema de caixa 2 do PT. Para que um parlamentar perca o mandato, são necessários 257 votos pela cassação. A votação é secreta. Ele fez discurso pontilhado de citações filosóficas. Citou o padre Antônio Vieira, para dizer que o que assusta o homem não é o fato de virar pó, mas sim o fato de que ele, na sua existência, é pó. "A amargura tocou minha alma com dedos finos, e dentro de mim, nasceu um deserto, e eu vou conviver com ele", afirmou. Votação lenta Citando Malraux, Brant disse que os homens não conhecem as palavras que podem expressar suas dores mais profundas. Durante seu pronunciamento, o deputado anunciou que não volta para a vida pública, independentemente do veredicto de hoje. Mas lembrou que dedicou os melhores anos de sua vida à política e que não lamenta isso nem nada do que fez como político. Disse que, se tivesse outra vida, seguiria o mesmo caminho e seria político novamente. Brant admitiu que nunca foi político de grande destaque. "Nunca fui líder, nunca fui membro da Mesa e nunca fui nem presidente de comissão", afirmou. "Mas meu papel eu cumpri com paixão e responsabilidade. Nunca envergonhei este Congresso nem aqui, nem lá fora nem no exterior". Brant está recebendo cumprimentos até agora. A votação do pedido de cassação de Roberto Brant será manual. Por isso, segundo previsão do presidente da Camara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), deverá ser concluída somente por volta das 20 horas.

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