Pleito de governadores: segurança e PAC

Verbas para saúde e projetos ligados à Copa também estão na lista de reivindicações a Dilma de todos os eleitos que tomam posse hoje

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Por Redação
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Apesar do avanço dos partidos de oposição nos Estados em relação a 2006, a pauta de reivindicações dos 27 governadores ao governo federal cresceu. Além de renegociar dívidas e mais recursos para a saúde, subiram na lista de prioridades dos 27 eleitos em outubro, que tomam posse hoje, os investimentos em segurança pública e nas obras de infraestrutura incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ou voltadas à Copa de 2014.

 

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Tanto os 16 governadores aliados da presidente Dilma Rousseff (PT) quanto os 11 eleitos que apoiaram o tucano José Serra (PSDB) passaram os últimos dois meses dando sinais de que esperam parcerias e recursos do governo federal. Os movimentos mais concretos foram a proposta de parte dos eleitos pela volta da CPMF, em novembro, e o manifesto dos oito governadores do PSDB em que delegam aos deputados e senadores a tarefa de fazer oposição a Dilma.

 

"Governo não é contra governo", resumiu o goiano Marconi Perillo (PSDB). Com presença confirmada na posse da presidente, o tucano já escolheu seus pedidos prioritários: obras de infraestrutura, como a reforma do aeroporto de Goiânia e a conclusão da Ferrovia norte-sul.

 

É uma pauta semelhante à que o baiano Jaques Wagner (PT) quer discutir com a União. "Há outras prioridades, como segurança, mas vamos trabalhar para melhorar a infraestrutura logística, a fim de atrair mais investimentos para a Bahia", afirmou. A obra mais esperada é a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, que vai atravessar o Estado e chegar a um novo porto, em Ilhéus.

 

A exemplo do baiano, outros governadores do Nordeste destacam como fundamentais os investimentos da União. Não é à toa: foi nessa região que Dilma obteve sua votação mais expressiva e seus aliados esperam um gesto de gratidão da presidente.

 

Na Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB) torce para mais obras do PAC começarem de fato - segundo ele, 17 dos 36 projetos nem saíram do papel. O reeleito Cid Gomes (PSB-CE) e o estreante Omar Aziz (PMN-AM), no comando de Estados que receberão jogos da Copa, querem ajuda para projetos de mobilidade urbana. "É o caso dos novos eixos viários de Manaus, cujo projeto será apresentado à ministra (do Planejamento) Miriam Belchior em janeiro", disse Aziz.

 

Violência. Para governadores como Teotônio Vilela (PSDB-AL) e Tião Viana (PT-AC), combater a violência está na lista de prioridades em que o apoio federal será bem vindo. No Acre, Viana quer reduzir os índices de furto e roubo e espera não só verba federal como parcerias e reforço na proteção das fronteiras - vizinho de Bolívia e Peru, o Estado é usado como rota do tráfico de armas e de drogas.

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Reeleito em Alagoas, Vilela associa o aumento de repasses a outro conhecido pleito dos governadores: a renegociação da dívida com a União. "Estados com baixíssimo IDH poderiam receber de volta os recursos pagos pelo serviço da dívida, desde que aplicassem em educação, saúde, segurança e infraestrutura", propôs. Governadores de Estados mais ricos, como Beto Richa (PSDB-PR) e Raimundo Colombo (DEM-SC), também defendem renegociação das dívidas.

 

No fim das contas, o que todos querem é a resposta ouvida por Eduardo Campos (PSB-PE) durante a campanha eleitoral. Ao pedido de que olhasse para o Estado com a mesma atenção dada por Lula, Dilma disse sim.

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