Plataforma do PT para Dilma amplia papel do Estado

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Por AE
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Ancorado pelo mote de um novo "projeto nacional de desenvolvimento", o programa de governo do PT vai situar a futura candidatura presidencial da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à esquerda da gestão Luiz Inácio Lula da Silva. Documento com as diretrizes que nortearão a plataforma política de Dilma, intitulado A Grande Transformação, prega maior presença do Estado na economia, com fortalecimento das empresas estatais e das políticas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Banco do Brasil (BB) e da Caixa Econômica Federal (CEF) para o setor produtivo.O texto a ser apresentado no 4º Congresso Nacional do PT, que será realizado de 18 a 20 de fevereiro - quando Dilma será aclamada candidata ao Palácio do Planalto num megaencontro em Brasília -, diz que a herança transmitida à "próxima presidente" será "bendita", após duas décadas de estagnação e avaliações "medíocres". Em 2003, quando assumiu o primeiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ter recebido uma "herança maldita" do então presidente Fernando Henrique Cardoso.Na tentativa de esvaziar o mote do pós-Lula entoado pelo PSDB, o documento obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo sustenta que só o herdeiro do espólio lulista pode oferecer as bases para a formulação de um "projeto nacional de desenvolvimento", que mescla incentivos ao investimento público e privado com distribuição de renda. "O Brasil deixou de ser o eterno país do futuro. O futuro chegou. E o pós-Lula é Dilma", diz um trecho da versão preliminar da plataforma. No diagnóstico que antecede a apresentação dos eixos programáticos, o PT afirma que "o Brasil foi programado para ser um país pequeno, cujo crescimento não poderia nunca ultrapassar os 3%, e que teria de se conformar com a existência de 30 ou 40 milhões de homens e mulheres para os quais não haveria espaço".No entanto, as propostas apresentadas são enunciados genéricos, como "aumentar os recursos públicos" para ter um Sistema Único de Saúde (SUS) de qualidade, "expandir o orçamento da educação", "dar ênfase especial à construção de novas hidrelétricas" e "ampliar as funções do Ministério do Planejamento". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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