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Planalto vai supervisionar eventos nos Estados para evitar racha na base

Movimento será coordenado pelo ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun; ideia é que deputados e senadores de partidos aliados sejam prestigiados e tenham prioridade para discursar

Por Igor Gadelha e Isadora Peron
Atualização:

BRASÍLIA - O Palácio do Planalto vai começar a supervisionar os eventos organizados por ministros nos Estados para evitar rachas na base e garantir palanque a todos os aliados. Em meio ao aumento das articulações por uma candidatura à reeleição do presidente Michel Temer, o governo trabalha para que, nessas cerimônias, haja uma defesa enfática das ações do emedebista.

O ministro ressaltou, no entanto, que mesmo com possíveis mudanças, o presidente Michel Temer está propondo uma reforma que mantém os pilares que são idade mínima e igualdade. Foto: André Dusek/Estadão

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Esse movimento será coordenado pelo ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB). A ideia é que deputados e senadores de partidos aliados sejam prestigiados em eventos como inaugurações de obras e entregas de casas. A recomendação é de que esses parlamentares sejam avisados primeiro sobre os atos em seus Estados e tenham prioridade para discursar.

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Na segunda-feira, um evento em Salvador causou mal-estar entre integrantes da base. Como mostrou a Coluna do Estadão, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab (PSD), levou apenas parlamentares que costumam votar contra o governo para uma cerimônia sobre internet de banda larga. Como na Bahia o PSD é aliado ao PT, partido do governador Rui Costa, deputados de outras legendas da base, como MDB e PTB, disseram que sequer foram convidados para subir ao palanque da cerimônia.

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A preocupação do Planalto é que o descontentamento possa atrapalhar até mesmo a votação da reforma da Previdência, prevista para ocorrer este mês.

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Segundo Marun, a organização dos eventos vai continuar a cargo dos ministérios, mas funcionários da Secretaria de Governo serão designados para acompanhar os preparativos e evitar que a situação se repita. “Vamos trabalhar para diminuir ao máximo os problemas, queremos que inaugurações sejam festas”, disse o ministro. 

Em outros Estados, como Pernambuco e Alagoas, também há problemas entre lideranças locais, que, apesar de fazerem parte base do governo federal, têm planos eleitorais distintos nas disputas regionais.

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Impopular. Nesses eventos do governo, os integrantes da base também serão orientados a defender o trabalho que vem sendo desenvolvido por Temer. O Planalto detectou que, em muitas obras que foram realizadas com dinheiro federal, governadores que são de partidos de oposição e até parlamentares aliados escondem a parceria. O governo também percebeu que muitos ministros às vezes nem citam o nome de Temer e tentam ficar com todos os créditos das inaugurações, preocupados apenas com seus projetos eleitorais pessoais.

Para o deputado Danilo Forte (DEM-CE), a nova estratégia do governo pode ajudar a diminuir a impopularidade de Temer. "É bom, porque o problema da impopularidade do presidente hoje é muito em função de que o governo continuou financiando projetos, cumprindo sua obrigação, só que não capitaliza do ponto de visa popular”, disse.

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