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Planalto unifica programas de assistência à juventude

ProJovem deve destinar R$ 5,4 bi para 4,2 milhões de excluídos de 15 a 29 anos até 2010

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Por Redação
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou ontem em Brasília o Programa Integrado da Juventude (ProJovem), que prevê R$ 5,4 bilhões em cursos e bolsas para jovens de 15 a 29 anos até o fim de 2010. A meta é atender 4,2 milhões de jovens excluídos em mais de 4 mil cidades até terminar seu mandato. Só em 2008, o ProJovem deve abrir 1.100 vagas. Os recursos virão do Orçamento da União. "É um programa, na verdade, com cara, com cheiro de solidariedade com quem perdeu o ônibus, que passou na sua frente e não conseguiu pegá-lo", comparou o presidente na cerimônia. Ele afirmou que a "pequenez política" deixou ainda menores milhões de jovens. "Eles estão dizendo apenas: pelo amor de Deus, nos dêem uma oportunidade, nada mais do que isso, precisamos apenas de uma oportunidade." Dos 50,5 milhões de brasileiros na faixa de 15 a 29 anos, 4,5 milhões vivem em situação de miséria, de acordo com dados do IBGE. Atualmente, os programas da Secretaria Nacional de Juventude, ligada à Presidência da República, atendem cerca de 496 mil jovens. O número oficial de analfabetos nessa faixa etária é de 1,8 milhão. O PAC da Juventude, como é chamado, é a unificação de antigos programas do governo e se subdivide em ProJovem Urbano, Campo, Trabalhador e Adolescente. Nos últimos meses, a Secretaria Nacional de Juventude reavaliou seus programas e ações para ampliar e melhorar cursos de capacitação profissional e elevação da escolaridade. O ProJovem Urbano, por exemplo, destinado a pessoas de 18 a 29 anos, tem como objetivo incentivar a conclusão do ensino fundamental e possibilitar cursos para diferentes áreas do mercado de trabalho. Além disso, o ProJovem amplia o limite de idade para conceder o Bolsa-Família, de 15 para 17 anos. Cada jovem terá direito a uma bolsa de R$ 30, mas há um limite de duas por família. MAU AGOURO Na cerimônia, Lula voltou a reclamar de "aves de mau agouro", dizendo que o governo enfrenta o descrédito e o pessimismo de setores da sociedade. "É uma revoada de aves de mau agouro não querendo que as coisas dêem certo neste país." À platéia, ele repetiu que o governo optou pelas políticas para os excluídos. "O Estado precisa cuidar dos que têm necessidade. Tem uma parte da sociedade que Deus já abençoou." Em 2005, no escândalo do mensalão, Lula reclamou de "aves de mau agouro" que só queriam espalhar notícias ruins. Ontem, queixou-se de que sempre aparecem "pessimistas" para dizer que os programas sociais do governo não vão dar certo. "Qual é o grande problema que enfrentamos? É que toda vez que a gente pensa uma política que não existia, que oferece uma pequena oportunidade, aparecem pessimistas dizendo: isso vai dar em nada", afirmou Lula. "É melhor apostar em crianças do que em adolescentes perdidos." Para ele, os jovens precisam "voar com liberdade" e garantir o direito de se educar. "Certamente algumas pessoas vão escrever: governo está gastando R$ 5 bilhões em 4 anos, quando poderia fazer um asfalto ou construir uma ponte. É assim, no Brasil só se nivelam as coisas por baixo", criticou. "É a pequenez de visão."

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