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Planalto tenta amenizar novo foco de atrito entre PT e Cunha

Edinho Silva, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência, minimizou a troca de ataques entre petistas e o presidente da Câmara no fim de semana

Por Tania Monteiro e Ricardo Della Coletta
Atualização:

Brasília - O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, tentou minimizar a polêmica entre o PT e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desencadeadas no final de semana, depois de ataques de cada lado. Edinho disse que "não existe crise" e que a polêmica criada pela troca de declarações possam atrapalhar as votações no Congresso.

No Congresso do PT, encerrado no sábado, 13, Cunha foi vaiado. E, em entrevista ao Estado neste domingo, 14, o presidente da Câmara disse que não repetirá a aliança com o PMDB nas próximas eleições. Disse, ainda, que ser atacado pelos petistas é sinal de que está no "caminho certo". "Não tem mal-estar com Eduardo Cunha. O governo respeita a liderança do presidente Eduardo Cunha. Em uma democracia é natural que posições divergentes possam existir. Isso faz parte da democracia e é bom que haja diálogo", disse Edinho, acrescentando que não há divisão entre os partidos da base.

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva Foto: Andre Dusek/Estadão

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O vice-presidente Michel Temer, do PMDB, foi na mesma linha, também tentando reduzir a tensão do ambiente. Questionado pelo Broadcast Político, sobre as declarações de Cunha de que o esvaziamento das funções do vice-presidente acarretaria em um rompimento da aliança, Temer respondeu: "Temos de acabar com isso (tensão), eu não tenho essa preocupação".

As afirmações de Temer e Edinho foram dadas após reunião de coordenação política, realizada no Planalto, com a presidente Dilma Rousseff e outros 11 ministros. Eles não quiseram falar se o tema foi debatido no encontro. Edinho acrescentou que "a posição do governo é sempre posição de diálogo com presidente da Câmara, e com o presidente do Senado, Renan Calheiros. E emendou: "portanto, não existe crise. O que existe é uma posição de muito respeito do governo da presidente Dilma, em relação a eles".

Edinho disse ainda que "não tem divisão" na base do governo. "Hoje todos os partidos que compõem a coordenação política da presidente Dilma estavam reunidos em ambiente de unidade e construção de posições unitárias. Mas é natural que, em uma democracia, lideranças possam pensar de forma diferente, que os partidos tenham posições diferentes. O importante é que se tenha unidade para construção de agenda para o País, que os interesses do País estejam colocados acima de quaisquer outros interesses e, neste sentido, o diálogo com Eduardo Cunha tem sido excepcional", comentou Edinho.

Ao falar sobre a pauta de votações para esta semana, o ministro disse que as negociações não serão afetadas pelas polêmicas dos últimos dias. Assegurou que o governo está discutindo as desonerações com os partidos da base e que a expectativa do Planalto é que se aprove o projeto de lei que propõe o fim das desonerações, para reequilibrar as contas públicas. "O governo mantém posição de dialogo, continua dialogando, e espera resultado positivo", declarou Edinho, acrescentando que "o projeto é importante para que se possa concluir o ajuste fiscal, que sinaliza condições de se retomar o crescimento com sustentabilidade".

Sobre a volta da CPMF proposta pelo PT e pelo ministro da Saúde Arthur Chioro no encontro do PT e rechaçado pelo ministro da Fazenda Joaquim Levy, Edinho Silva disse que o tema não foi tratado na reunião de coordenação política da manhã desta segunda-feira

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