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Planalto também teme fala de ACM

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de passar sem traumas pela renúncia do senador José Roberto Arruda, o Palácio do Planalto aguarda com apreensão o discurso no qual o senador Antonio Carlos Magalhães fará o anúncio de sua renúncia na próxima quarta-feira. O próprio presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornahusen (SC) já fez chegar ao palácio o aviso de que a situação está bastante difícil e que ACM está extremamente magoado com o presidente Fernando Henrique Cardoso e o governo. "Dias piores virão", resumiu um assessor palaciano. Segundo o assessor, o Planalto trabalha com o imponderável, já que ACM nutre muito rancor contra o presidente. No caso do discurso de Arruda não houve sequer uma sensação de alívio, disse o assessor, porque não se esperava outra coisa. "Não havia preocupação com o Arruda, o problema é com o discurso do ACM", completou. No PFL a preocupação não é menor. A principal preocupação das lideranças do partido é com o tom do discurso que o senador Antonio Carlos fará na próxima semana para formalizar sua renúncia. Os partidários de ACM temem que ele fala ataques e críticas a Fernando Henrique. Apesar de já terem levado essa preocupação ao senador e pedido cautela, políticos do PFL sabem que ACM tem um temperamento forte, além de imprevisível. "Ninguém conseguirá segurá-lo, caso ele sofra uma provocação do PMDB e PSDB na Bahia", observou um pefelista. Mas, na avaliação do deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), ACM tem "total liberdade para dar o tom que quiser ao discurso". Aleluia defende que o PFL não coloque limitações à fala do senador. "Ele não é um atirador, mas um político responsável que foi vítima de um processo político." Aleluia lembrou que ACM tem o apoio do governo da Bahia e da bancada de deputados e senadores e que sempre contará com o apoio do "povo da Bahia e do PFL" em qualquer decisão que venha a tomar. "Ao longo de todo esse tempo o PFL não fugiu, não tentou mascarar as coisas e não pré-julgou", afirmou Aleluia. Anteontem à noite, ACM foi à residência do senador Jorge Bornhausen a quem antecipou que deveria renunciar e agradeceu o apoio recebido do partido.

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