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Planalto quer ponto final no caso

Governo teme não conseguir prorrogar CPMF

Por Christiane Samarco , Cida Fontes e BRASÍLIA
Atualização:

O governo e o PMDB fecharam um acordo tático para encerrar, até o final deste mês, o processo disciplinar que ameaça o mandato do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O Palácio do Planalto cobra pressa para facilitar a aprovação da emenda constitucional que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Os líderes governistas e de partidos da base avaliam que só haverá condições de reunir o mínimo de 49 votos para aprovar o chamado "imposto do cheque" se os aliados conseguirem, antes, pacificar o ambiente político e pôr um ponto final na crise, sem melindrar o PMDB de Renan. "O governo vai ter que arrumar o Senado se quiser aprovar a CPMF. Da forma que o governo quer, a oposição não aceita", diz o senador Sérgio Guerra (PE) a respeito do desejo da União de não partilhar os recursos da CPMF com Estados e municípios. Nos cálculos do Planalto, a solução mais simples para superar a crise é a permanência de Renan na presidência. O governo sabe que a sucessão no comando do Senado abriria uma disputa interna no PMDB, rachando o maior partido de sua base de apoio. Esse cenário é inconveniente porque as seqüelas do racha fatalmente comprometeriam a aprovação da CPMF. Amanhã, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara deve rejeitar, por acordo, o substitutivo do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que prevê a partilha da CPMF com governadores e prefeitos. ENTENDIMENTO O líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), afirma que já há entendimento no Conselho de Ética para votar logo o processo contra Renan, independentemente do resultado da perícia. "O apelo geral é para votar logo. Ninguém agüenta mais. A demora é ruim para o País, para o Congresso, para o governo, que já começou a ter dificuldade em votações", argumenta o senador Raupp.

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