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Planalto libera para consultas documentos do extinto CSN

Foto do author Leonencio Nossa
Por Leonencio Nossa e BRASÍLIA
Atualização:

O Planalto entregou ontem ao Arquivo Público Nacional um lote de nove livros com atas manuscritas e datilografadas de reuniões do extinto Conselho de Segurança Nacional (CSN), que abrangem um período de mais de 50 anos. O acervo estará acessível ao público em duas semanas nas sedes do arquivo no Rio de Janeiro e em Brasília. O CSN, criado formalmente pela Constituição de 1937, era um órgão consultivo do presidente da República que se tornou ainda mais temido durante o regime militar (1964-1985), por discutir cassação de mandatos e diretrizes da guerra contra adversários do governo. São três mil páginas com histórias de novembro de 1934 a meados de 1988, como as reuniões que decidiram a entrada do Brasil na Segunda Guerra, as relações conturbadas com a Argentina durante as ditaduras Vargas e Perón e a fase do regime militar instalado com o golpe contra Goulart em 1964. Antes de entregar os documentos, uma comissão do governo formada por militares e diplomatas decidiu que 416 linhas deverão ter tarja preta. "Não é uma censura política, mas uma censura de relações internacionais", disse o general Jorge Armando Félix, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência. Félix disse que expressões "ofensivas" e "jocosas" contra instituições, países e pessoas não têm interesse histórico, por isso deverão continuar sigilosas. A preocupação é não criar atritos com os vizinhos, especialmente os argentinos.

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