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Planalto espera que governadores atuem pela prorrogação da CPMF

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Por Redação
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O governo continua apostando no entendimento com o PSDB para aprovar a prorrogação da CPMF no Senado e uma das estratégias é seduzir os governadores a convencer suas bancadas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve na quarta-feira com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, que lamentara na véspera a falta de acordo entre as partes. Lula e Aécio não trataram publicamente da questão, mas o apoio do governador mineiro é esperado pelo Planalto. Oficialmente, Aécio e o governador de São Paulo, José Serra, dizem que a questão compete à bancada do partido no Senado, mas têm interesse no entendimento pela saúde fiscal de seus Estados e por serem potenciais candidatos à sucessão de Lula. Ao ser comunicado da decisão da bancada do PSDB, Serra "não foi tão enfático" em endossá-la, segundo um parlamentar tucano que testemunhou sua reação. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, deu a entender que os governadores devem atuar por também se beneficiarem da CPMF. "Não sei como os governadores vão fazer, mas certamente eles têm interesse, porque uma grande parcela dessa receita da CPMF vai para Estados e municípios, via repasse de recursos para a saúde. E, além disso, o equilíbrio fiscal do governo garante a continuidade de todas as parcerias", afirmou o ministro. O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse a jornalistas que o governo acredita na aprovação da CPMF pela importância que ela tem para a saúde e para a manutenção da situação fiscal positiva. "Vários governadores têm se manifestado no sentido de aprovação, e isso é importante", destacou o secretário, enfatizando o papel dos governadores. Com relação à resistência do PSDB, que na terça-feira decidiu em reunião da bancada votar contra a CPMF, Paulo Bernardo disse que ainda há tempo para um entendimento, ressaltando que o partido não fechou questão contra o imposto do cheque. "O PSDB tem um discurso que pode ser fundamental para ajudar na decisão do partido, que é a questão do equilíbrio das contas. É a questão de você ter a possibilidade de continuar mantendo as contas ajustadas e não fazer uma variação brusca de um valor tão grande na nossa receita." Paulo Bernardo, no entanto, não acenou com maior flexibilização do governo para atender expectativas do PSDB sobre maior desoneração tributária. "Acho que a proposta que foi feita pelo ministro Guido Mantega é acima da expectativa do que estava sendo colocado por todos os agentes políticos e pela própria mídia", disse o ministro. "Mesmo os tucanos ficaram bem impressionados. Deve ter havido algum 'tilt' que desagradou, mas acho que a gente tem que conversar", acrescentou.

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