PUBLICIDADE

Planalto chama PR antes de ex-ministro discursar

Líderes do partido dizem a Ideli que fala de Nascimento no Senado será ‘protocolar’, apenas para defender sua imagem, e negam retaliações ao governo

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

BRASÍLIA - Às vésperas do discurso do senador Alfredo Nascimento (PR-AM), mesmo com a promessa de que ele vai apenas defender o partido, o governo deu mostras de estar preocupado com o que o ex-titular do Ministério dos Transportes poderá dizer. Tanto é que a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) chamou na segunda-feira, 1º, ao Palácio do Planalto o líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (MG), e o ex-líder Luciano Castro (RR).

 

PUBLICIDADE

Ideli disse aos deputados que, conforme prometido pelo ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), "não haverá caça às bruxas e o PR é um dos parceiros preferenciais do governo". Portela e Castro disseram a Ideli que o discurso de Nascimento será apenas "protocolar" e de defesa de imagem.

 

Nas últimas semanas, o ex-ministro mandou recados para o governo de que está "sofrendo" com o processo "injusto". Disse que a demissão do cargo trouxe prejuízos "irreparáveis" à sua candidatura à Prefeitura de Manaus, em 2012.

 

Para garantir a tranquilidade da presidente Dilma Rousseff, ministros da área política do governo reforçaram o pedido a interlocutores no Senado para acalmar o ex-ministro. Nas últimas semanas, Dilma afastou 22 pessoas no setor dos Transportes, a maioria ligada ao PR, por suspeitas de participar de esquema de propina.

 

Na segunda-feira, no palácio, Portela reforçou que o PR é aliado do governo. Minimizou as críticas que fez recentemente ao Planalto e chegou a elogiar a imprensa pelas reportagens com denúncias envolvendo nomes do seu partido. "A imprensa tem feito um excelente trabalho", afirmou. "Somos base do governo e continuamos na base, vamos fazer nosso trabalho."

 

A promessa é de que nesta terça-feira, 2, na tribuna do Senado, Nascimento não atacará o governo, mas apenas fará a defesa do PR - partido do qual é presidente. Defenderá seus atos e os dos antigos subordinados no ministério, no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e na Valec, responsável por ferrovias. Afirmará a legalidade das ações à frente da pasta tanto no atual governo quanto no do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Deverá dizer ainda que nada do que fez pode ser condenado, até porque o atual titular, Paulo Passos, era seu secretário executivo.

 

"Será um pronunciamento sem raiva, sem ira, uma explicação de tudo o que aconteceu", afirmou Portela, líder da bancada do PR na Câmara.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.