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Pistoleiros matam quatro agricultores no Pará

Por Agencia Estado
Atualização:

Quatro posseiros foram mortos no Assentamento Diutá, do Incra, em Xinguara, no sul do Pará, por um grupo de oito pistoleiros vindos das fazendas Mandassaia e Santa Tereza, pertencentes ao ex-banqueiro e ex-ministro Ângelo Calmon de Sá. Em apenas quatro anos, doze pessoas foram mortas dentro das duas fazendas. O Incra só desapropriou, até hoje, uma parte de ambas as áreas. Um dos mortos é o líder dos assentados, de prenome Nivaldo, conhecido por "Sorriso". As outras vítimas foram os agricultores de prenome Raimundo, o "Raimundinho", Deuzimar e seu filho, de identidade ainda não confirmada. Nivaldo, o líder dos sem-terra, teve a orelha arrancada a tiros e levada pelos matadores, como troféu. O ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Maria, Carlos Cabral, integrante da família Canuto, que teve quatro de seus membros assassinados na luta pela terra na década de 80, informou que os pistoleiros estavam caçando Nivaldo, sobrevivente de uma emboscada no ano passado. O agricultor, naquela ocasião, levou 28 tiros de cartucheira, e ainda tinha nove projéteis encravados no corpo. Sua morte, na região, valia R$ 50 mil. Eram 7h da manhã de sábado quando tudo aconteceu. De tocaia, os pistoleiros surpreenderam Nivaldo, Raimundo e o filho de Deuzimar, quando os três estavam no caminhão que distribui leite no assentamento. Crivado de balas, Nivaldo foi o primeiro a cair morto. O leiteiro, que estava ao volante, acelerou para fugir dos tiros. Depois, viu que levava Raimundo e o filho de Dezimar, já mortos, na carroceria. Após matar os três, os pistoleiros invadiram a casa de Deuzimar e o mataram com tiros na cabeça, na frente de um grupo de crianças. Três das quatro vítimas foram sepultadas na manhã de domingo, em Xinguara. Raimundo foi sepultado no Tocantins, onde mora sua família. O clima na região é de tensão e revolta com as mortes. "Aqui, a polícia é omissa ou conivente com o crime organizado", denuncia Cabral.

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