Policiais civis, militares fardados, sem ordem judicial e apoiados por pistoleiros, obrigaram sob a mira de armas e ameaça de chicotadas 217 famílias de agricultores ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) a saírem da fazenda São Felipe, ocupada pelos lavradores desde o último dia 3. O clima é de extrema tensão na área porque os trabalhadores se recusam em deixar o local, alegando que a fazenda "é grilada" e não cumpre sua função social. Eles querem que a fazenda seja desapropriada e transformada em assentamento pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). No sábado, 13, a secretária estadual de Justiça e Direitos Humanos, Socorro Gomes, esteve na fazenda , localizada no município de Irituia, na rodovia Belém-Brasília, leste do Estado. Ela ouviu queixas dos sem terra e pediu às Polícias Civil e Militar providências para apurar o envolvimento de agentes públicos no despejo ilegal. "Não admitiremos, no governo de Ana Júlia, violência contra trabalhadores, principalmente os mais humildes", disse Gomes.