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Pistas ligam empresários de Ronaldinho a fiscais do Rio

Por Agencia Estado
Atualização:

A Polícia Federal conseguiu indícios que reconstituem o caminho de saída do País dos US$ 33,4 milhões depositados ilegalmente na Suíça em nome de servidores e ligando Alexandre Martins e Reinaldo Pitta aos acusados, ao Discount Bank and Trust Company e à Coplac, empresa suspeita de abrir as contas. Por isso, o delegado Marcos David Salem resolveu indiciar ontem os empresários, procuradores do atacante Ronaldo, do Real Madrid e da Seleção Brasileira, pelos crimes de participação em lavagem de dinheiro e sonegação fiscal, depois que depuseram. O material fora obtido em abril, com mandado judicial, por agentes federais que realizaram buscas na sede da Passabra Câmbio e Turismo e Gortin Promoções, dos dois empresários, e nas residências de dois de seus funcionários. Eles acharam um fax com uma ordem de transferência bancária para o Discount Bank, com um número de conta, mas sem titular. Também descobriram agendas com anotações nos nomes de alguns dos acusados, entre eles o auditor federal Amaury Franklin Nogueira Filho e seu irmão, o fiscal Julio Cezar Nogueira. Uma das anotações é o agendamento de um almoço de Martins com Marlene Rozen, secretária da Coplac. Os policiais também descobriram que empregados dos dois iam à Receita Federal, onde trabalhavam os auditores - havia registros de portaria comprovando as visitas. Os empresários, porém, negaram operar para os acusados. Martins chegou a dizer não lembrar do almoço. Durante os interrogatórios na PF, os dois empresários, porém, negaram operar para os fiscais e auditores acusados. Eles negaram, por exemplo, ter ordenado aos funcionários que fizessem as anotações nas agendas, embora os empregados dissessem ter recebido deles ordens para fazê-lo. Martins chegou a dizer não lembrar do encontro com Marlene agendado pela secretária, que identificava os chefes como Alex e Rei. E que, se foi agendado, não foi à reunião, que seria um almoço. A estratégia da defesa dos empresários, provavelmente, será tentar desqualificar os documentos como prova válida em juízo. Veja o índice de notícias sobre a corrupção no Rio

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