Pimentel reage a denúncia e diz ser vítima de calúnia

Coordenador da campanha de Dilma argumenta que inquérito citado pela revista IstoÉ não virou ação

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Fernando Pimentel, ex-prefeito de Belo Horizonte e um dos coordenadores da campanha da ministra Dilma Rousseff à Presidência da República, defendeu-se das acusações de que seria um dos operadores do mensalão do PT classificando reportagem da IstoÉ como uma tentativa "de desviar a atenção" dos "escândalos do Democratas em Brasília".

 

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Segundo a revista, o ex-prefeito teria superfaturado contratos da prefeitura de Belo Horizonte para pagar gastos de campanha do PT. Pimentel argumenta, por sua vez, que o inquérito citado pela revista não virou ação. "É uma investigação do Ministério Público Estadual que concluiu que não tinha nada. Simplesmente não virou ação. Então, nunca houve questionamento judicial com relação a esse convênio. É simples assim", disse, em entrevista telefônica ao Estado nesta sexta-feira, 26.

 

Leia os principais trechos da entrevista a seguir.

 

Como o sr. recebeu a reportagem?

Com indignação. É claramente uma tentativa de jogar suspeição sobre mim, em um momento em que estou vinculado diretamente à campanha presidencial da ministra Dilma. É um jeito de desviar a atenção do foco principal hoje, que são os escândalos do Democratas em Brasília. Fiquei indignado porque o que está posto na matéria é absurdo, não tem qualquer fundamento, como o futuro comprovará. Mas na vida pública, hoje, estamos sujeitos a esse tipo de calúnia.

 

O sr. fala em calúnia, mas há uma investigação concreta contra o sr. em Minas, que é mencionada.

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Deixa eu explicar. Nunca houve qualquer ação judicial envolvendo a CDL de Belo Horizonte e a prefeitura. Esse inquérito civil público ao qual eles se referem não virou uma ação. Nunca entrou na Justiça, nunca houve procedimento judicial. É uma investigação do Ministério Público Estadual que concluiu que não tinha nada. Simplesmente não virou ação. Então, nunca houve questionamento judicial com relação a esse convênio. É simples assim. Trata-se de um convênio para colocar câmaras no centro da cidade, o chamado Projeto Olho-Vivo. Foi feito, as câmaras foram colocadas, quem fez a instalação foi a Câmara dos Diretores Lojistas e a prefeitura entrou financiando essa instalação. Depois, foi repassado o convênio à Polícia Militar de Minas Gerais, que é quem o gerencia atualmente. O projeto existe, funciona, é um grande sucesso. Não há nenhuma suspeição sobre o convênio, tanto é que não houve uma ação. A ilação que está sendo feita, uma forçação de barra completa, é porque um dos diretores da CDL à época do convênio depois foi arrolado no inquérito do mensalão como doleiro. Como tendo uma empresa offshore que fazia remessas ao exterior.

 

O sr. fala do Glauco Diniz. Qual é seu relacionamento com ele?

Nenhum. Nunca estive com ele na minha vida. Ele simplesmente assinou, entre outros tantos diretores da CDL. O sujeito, naquele 'a fin' de querer envolver mais um homem público, prefeito do PT, mais alguém, ele fala: 'Ah, olha, esse Glauco Diniz, agora apontado como doleiro, assinou um dia um convênio com um prefeito do PT. E quem fez a campanha desse prefeito foi o Duda Mendonça. Então olha, tá vendo, estão mandando dinheiro ao exterior'. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. É uma ilação absurda, falsa, inaceitável, e evidentemente não virou nada. Nunca fui inquirido, arrolado, intimado, indiciado nem denunciado em qualquer processo desses muitos processos do mensalão.

 

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O sr. disse que isso está sendo colocado porque o sr. está na campanha de Dilma. O sr. acha que é uma operação da oposição?

Não vou ser leviano a esse ponto, mas acho que é muita coincidência que justamente no momento em que estou com uma exposição grande, não como prefeito, mas como supostamente um dos coordenadores da campanha de Dilma, vem um vazamento de um documento carimbado como sigiloso, o que não é, a meu ver, prova de nada. Esse procurador diz 'há indícios de que...'. E esse vazamento serve para que a revista diga de maneira malévola que sou operador do mensalão. De onde tiraram essa coisa absurda?

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