
26 de agosto de 2013 | 17h17
"O partido já decidiu, já tem candidato. Essa questão (prévias) vai ter que ser decidida se houver mais de um candidato", declarou Pimenta da Veiga, sem citar a pretensão do paulista. Em seu discurso de posse, o ex-ministro, titular das Comunicações no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, observou que um "ato rotineiro" se transformou em "grande ato político" em favor de Aécio, que, segundo ele, está "apto a exercer qualquer função pública, especialmente a Presidência da República". "É a maior liderança política de Minas e em breve tempo, eu confio, será a expressão máxima da política nacional", sentenciou.
Já o próprio Aécio, que preside o diretório nacional do PSDB, confirmou a possibilidade de participar de prévias com Serra. Ele ressaltou que é "completamente legítima" a pretensão do paulista de disputar a indicação do partido em "condições de igualdade", mas negou a intenção de deixar a direção da legenda. "Não escutei essa proposta ainda", disse. E ressaltou que não cabe a ele decidir se haverá prévias e, em caso positivo, como elas serão realizadas. "Não é o presidente. É a executiva que vai decidir como isso pode acontecer. O que tenho feito como presidente é organizar o partido no Brasil inteiro", afirmou.
Ovacionado pela plateia que lotou o centro de convenções do Hotel Mercure no bairro de Lourdes, na região centro-sul de Belo Horizonte, Aécio criticou "interesses" e "projetos pessoais" e defendeu a união de aliados em torno do "interesse maior de Minas e dos mineiros". "Vamos continuar unidos para, mais uma vez unidos, vencermos em nome de Minas. Nossos adversários temem exatamente a nossa unidade", salientou.
Dilma x Tancredo
O tucano também atacou o que classificou como "promessas requentadas" da presidente Dilma Rousseff no Estado. A petista de participar nesta terça-feira, 27, de eventos oficiais em Belo Horizonte. Essa será a terceira visita em três semanas que a presidente fará a Minas, principal reduto eleitoral de Aécio. "O governo está acabando. As questões estruturais, que realmente mudariam a face do Brasil e fortaleceriam Estados e municípios, não vêm tendo resposta da presidente. É hora de ela vir a Minas e deixar algo mais além de sua visita", disparou.
Aécio também criticou o fato de a petista ter feito discurso de costas para a estátua do ex-presidente Tancredo Neves (avô do senador) na semana passada em São João del Rei, onde Dilma lançou - sob acirradas críticas do parlamentar - o Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC2) Cidades Históricas. "Essa é uma pátria, a pátria mineira, que valoriza símbolos e gestos. Não posso deixar de externar a minha incompreensão. Discursar de costas para Tancredo em Minas é discursar de costas para a democracia, a liberdade e o respeito aos nossos maiores valores. Isso não é admitido em terras mineiras", bradou. "Não farei essa caminhada preso apenas a legados. Vou fazer olhando sempre para o futuro, mas com respeito a nossa história e àqueles que transformaram esse Brasil", declarou, sem confirmar se referia-se à caminhada pela Presidência.
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