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Piloto que levaria dinheiro trabalha em governo do PT

Informação não consta do depoimento de Tito Lívio à PF. Ele disse apenas que havia prestado serviço ao governo do Estado na gestão entre 1995 e 1998

Por Agencia Estado
Atualização:

Tito Lívio Ferreira da Silva Júnior, 50 anos, o piloto escalado para transportar o R$ 1,7 milhão, de São Paulo para Cuiabá, parte do dinheiro destinado ao pagamento do chamado "dossiê tucano", é funcionário do Governo petista no Mato Grosso do Sul. A confirmação foi feita nesta segunda-feira, pelo Diário Oficial em portaria, transferindo o piloto, lotado na Agesul (Agência Estadual de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul), para a Assembléia Legislativa, ganhando mais de R$ 4 mil por mês, "com ônus para a origem", ou seja, continuará recebendo pela Agesul. Essa informação não consta do depoimento que prestou ao delegado Diógenes Curado, em Campo Grande, na Superintendência da Polícia Federal. Na ocasião, Tito disse apenas ter prestado serviço ao Governo do Estado, até a gestão do governador Wilson Barbosa Martins (PMDB), entre 1995 e 1998. Ele afirmou ser filiado ao PSDB e que, caso soubesse que transportaria membros do PT, não aceitaria o trabalho. "É o funcionário fantasma mais antigo do governo estadual", observou um dos deputados estaduais, membro do grupo de oposição ao atual governador, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT. Outros oposicionistas, comentaram que não é uma transferência comum. Para eles, é mais garantido proteger o piloto no Poder Legislativo, garantindo seu emprego, antes que o novo governador André Puccinelli (PDMB), assuma o cargo. A Secretaria Estadual de Administração, não pode fornecer hoje (08) informações segura sobre a forma de contratação de Tito Júnior, se através de concurso público, ou uma outra forma. O delegado Curado, apurou ser Tito funcionário da MS Táxi Aéreo, propriedade de Arlindo Dias Barbosa, 63 anos, dono também a Air Jet Táxi Aéreo, que transportaria os R$ 1,7 milhão, para Cuiabá. Entre os vários fretes contratados por políticos na última campanha eleitoral, com aviões pilotados por Tito Júnior, conforme registro da Justiça Eleitoral, a MS Táxi Aéreo recebeu R$ 4.230 do deputado federal eleito e presidente do PSDB de MS, Waldir Neves. Desde o Governo Wilson Barbosa Martins, não existe avião próprio do MS, em 1996, o setor foi terceirizado. A Assembléia Legislativa também não possui aeronave.

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