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PFL resiste a votar CPMF; tucanos insistem

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Por Agencia Estado
Atualização:

O PFL parece estar convencido a adiar a votação da proposta de emenda constitucional (PEC) que prorroga até 2004 a CPMF, previsto para esta quarta-feira. Segundo o deputado Mussa Demes (PFL-PI), a maioria das manifestações feitas até agora na reunião da bancada é favorável a não votar a proposta de emenda constitucional que prorroga a CPMF, com três ou quatro exceções. Ele afirmou que, quanto ao prazo da votação, os parlamentares avaliam que vai depender da seqüência dos acontecimentos em relação ao partido. "Tudo vai depender do andar da carruagem." Mussa informou ainda que o principal motivo para que os pefelistas aprovem o adiamento da votação da emenda da CPMF é o discurso do presidente FHC ontem em Fortaleza, de que "não precisaria do PFL para ser eleito". "A afirmação do presidente piorou a situação." Temendo que a CPMF não seja aprovada, o governo orientou seus líderes no Congresso para que iniciem uma ofensiva junto ao PFL na tentativa de convencer o partido a não adiar a votação da proposta que prorroga a cobrança da CPMF até 2004. O secretário-geral da presidência, Arthur Virgílio, os líderes do governo no Senado, Arthur da Távola (RJ), do partido no senado, Geraldo Melo (RN), o líder do governo no Congresso, Ricardo Barros (PPB-PR) e o ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, estão atuando em nome do presidente Fernando Henrique Cardoso. Arthur Virgílio está na linha de frente e disse nesta tarde de terça-feira ter confiança de que o PFL tem compreensão da sua participação nas conquistas do Brasil no cenário internacional. "Tenho muita confiança em que o PFL saberá considerar que se o Brasil está desbancando a Rússia e ficando atrás apenas da China em investimentos estrangeiros, e melhorando suas posições nas agências de riscos é porque o PFL esteve conosco nos últimos sete anos e foi um dos principais autores das reformas que fizemos", disse Virgílio. Segundo o secretário, qualquer atraso na votação da CPMF poderá reverter este quadro favorável, "o que não interessa a ninguém". Arthur Virgílio explicitou o pensamento do presidente, que nesta segunda-feira afirmou, em Fortaleza, que poderia ter vencido as eleições presidenciais sem o apoio do PFL. "Quando o presidente Fernando Henrique Cardoso lembrou que institutos de pesquisas diziam que ele poderia ter ganho a eleição, sem o PFL, ele o fez exatamente para destacar sua opção pela governabilidade", disse o secretário-geral da presidência. Segundo ele, se o presidente tivesse dispensado o apoio do PFL, baseado em dados de pesquisas, "ele teria malogrado". "Essa frase descontextualizada (de que venceria sem o PFL) não pode servir de pretexto para nenhuma injustiça de quem quer que seja para com o presidente", disse ainda Arthur Virgílio. O presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG) tentou hoje também explicar a declaração de FHC quanto ao PFL. Segundo Aécio, Fernando Henrique esclareceu que sua intenção, ao dizer tal frase, foi mostrar que o PFL não fez uma aliança eleitoral mas sim programática. "Por mais que tenha havido uma ruptura, a meu ver, circunstancial, os compromissos programáticos permanecem e o presidente Fernando Henrique tem confiança que o PFL continuará apoiando as matérias que interessam ao País", afirmou. Segundo Aécio, "se houve um equívoco verbal, a intenção real do presidente foi dizer que o entendimento havido com o PFL foi em cima de um programa de transformações que vieram a ocorrer no País e não apenas eleitoral".

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