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PFL quer deixar ACM falando sozinho

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Por Agencia Estado
Atualização:

O PFL e Palácio do Planalto estão afinados em relação aos ataques do ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA): a ordem é ficar em silêncio e não responder a ACM por um prazo mínimo de um mês. A estratégia é deixar o ex-senador falando sozinho até a mídia ficar cansada e parar de repercutir ao tiroteio carlista. O presidente Fernando Henrique Cardoso já havia adotado a "lei do silêncio", determinando expressamente aos ministros que ignorassem ACM. O PFL resolveu seguir o exemplo. A atitude do ex-senador pefelista tem irritado as principais lideranças da legenda. A avaliação é que, se Antonio Carlos insistir com os ataques, acabará prejudicando não só a aliança, mas também ao próprio partido. Os pefelistas não escondem o constrangimento com o tiroteio de ACM feitos nos últimos dias, não só ao governo e ao presidente Fernando Henrique, mas também ao próprio PFL. O silêncio pefelista foi decidido na última sexta-feira. A gota d?água aconteceu quando Antonio Carlos não só fez duras críticas a Fernando Henrique Cardoso, mas também acusou o presidente do partido, senador Jorge Bornhausen (PFL-BA), de leniência pelo fato de ter permitido a indicação do senador Geraldo Mello (PSDB-RN) para líder do governo. Na ocasião, ACM chegou a cobrar do partido uma reação ao Planalto. "Agora estão todos zangados, mas se reagissem há mais tempo, como eu reagi, o palácio respeitaria mais o PFL", chegou a dizer o ex-senador. Este não foi o único constrangimento do partido em relação às declarações de ACM. Um dia antes, ele chegou a dizer que tentaria levar o PFL para uma posição de independência ao governo. "Antonio Carlos esquece que nós estamos no governo com o vice-presidente Marco Maciel e com quatro ministros", lembrou um integrante da Executiva Nacional do PFL. Ao ser questionado sobre os ataques de ACM, o senador Jorge Bornhausen colocou em prática a estratégia do partido. "Prefiro não me manifestar", limitou-se a dizer o presidente do PFL. A esperança do partido é que o próprio Antonio Carlos se canse dos ataques e passe a cuidar da política estadual. Alguns caciques pefelistas já apelidaram esse gesto de "exílio baiano". Pesquisas feitas nas últimas semanas, na Bahia, apontam que ACM já perdeu cerca de 20 pontos porcentuais de intenções de voto para o governo do Estado. Há dois meses, ele tinha 75% dos votos. Antonio Carlos também foi aconselhado por colegas de partido para evitar o desgaste de sua imagem com ataques diários. De um pefelista próximo, ACM chegou a ouvir que o establishment não permitiria sua tentativa de desestabilizar o governo e o País. Uma das reações contra Antonio Carlos, advertiu esse correligionário, poderia ser o fim da parceria entre a Rede Globo e a TV Bahia, de sua propriedade. A Globo pode trocar de afiliada no próximo ano, voltando a trabalhar na Bahia com a TV Aratu.

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