PFL fica com ACM até o fim

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Por Agencia Estado
Atualização:

Ao contrário do PSDB, que abandonou o senador José Roberto Arruda (DF) à própria sorte, o PFL mantém-se firme ao lado do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), mas, nos bastidores, a avaliação geral é que a situação do líder baiano complicou-se demais e há muito pouco o que fazer. ?O partido já tomou posição e fica com ACM até o fim do processo?, resume o primeiro vice-presidente da Câmara, Efraim Morais (PFL-PB), ao lembrar a solidariedade manifestada pela Executiva Nacional pefelista. ?O problema é que, de agora em diante, não há ação política partidária cabível porque o caso requer uma ação puramente individual e pessoal?, completa o secretário-executivo do PFL, Saulo Queiroz. Embora alguns pefelistas acreditem que ACM ganhou argumentos para a contestação jurídica do relatório do Conselho de Ética do Senado, uma vez que o relator Saturnino Braga (PSB-RJ) ?exorbitou de suas funções? e sugeriu sua cassação, outros ponderam que a recomendação do relator mobilizou ainda mais a opinião pública, que já estava atenta, contra ACM. Seja como for, tanto a cúpula do PFL quanto o próprio ACM acreditam que o líder baiano tem uma semana para atuar, até que o Conselho de Ética se pronuncie sobre o relatório na semana que vem. ?Só então ele deverá avaliar que chances tem de salvar seu mandato sem apelar para a alternativa da renúncia?, aposta um amigo de ACM. Até a apresentação do relatório, líderes tucanos, pefelistas e até peemedebistas trabalharam nos bastidores para evitar que Saturnino incluísse a palavra cassação em seu relatório. Neste caso, o ?entendimento? de esticar o processo até o plenário ficaria de pé, com o relatório aprovado por unanimidade no Conselho. Diante da ?renitência? de Saturnino, que se recusou a abrir mão do julgamento político, o próprio PMDB tratou de acertar com o presidente do Conselho, senador Ramez Tebet (PMDB), que ele não poderia voltar atrás da decisão de manter a votação em aberto. Quem mais comemorou o resultado da reunião de desta quarta-feira foi o líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), inimigo pessoal e político de ACM. ?A atuação firme de Tebet mostrou de forma inquestionável que o PMDB não participou de nenhum acordo expúrio e que continua agindo na busca de maior respeitabilidade do Congresso e de maior integração com a opinião pública, que não aceita a absolvição no caso do painel?, afirmou. O Palácio do Planalto, que temia pagar a conta política de um julgamento ?generoso? do líder baiano, sob suspeita de "acordão", também acabou aliviado. ?O presidente Fernando Henrique Cardoso nega categoricamente que tenha feito qualquer gestão a favor ou contra quem quer que seja em assunto que é exclusivo do Senado?, insistiu mais uma vez o porta-voz da Presidência, Georges Lamazière.

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