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PFL e PSDB se articulam para 2002

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Fernando Henrique Cardoso e seus aliados do PFL e do PSDB decidiram usar o debate em torno da realização de eleições primárias na escolha do candidato da aliança na corrida presidencial para cobrar do PMDB que defina, logo, quem são os peemedebistas que estarão com o governo em 2002. "Não interessa a nenhum de nós que o PMDB mantenha seus cargos no governo, evitando uma disputa interna agora, para chegar em março do ano que vem e decidir apoiar o inimigo do governo para nos derrotar", resumiu um dos participantes da primeira conversa conjunta das cúpulas do PFL e do PSDB com Fernando Henrique. O inimigo do governo a que se refere o interlocutor presidencial é governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB). No encontro, todos queixaram-se de que o PMDB não apresenta nenhum pré-candidato como alternativa para compor a aliança. Como ao governo não interessa empurrar essa indefinição para o ano que vem, a idéia é forçar a ala governista do PMDB a jogar com o Planalto na convenção nacional de setembro. A estratégia de apoio às primárias deve-se sobretudo ao fato de elas servirem para organizar o processo sucessório deflagrado de forma precipitada, fora do controle do Planalto e dos partidos aliados. O encontro de tucanos e pefelistas ocorreu no Palácio da Alvorada. Fernando Henrique recebeu o vice Marco Maciel, os ministros das Comunicações, Pimenta da Veiga (PSDB), e da Secretaria-Geral do Presidência, Aloysio Nunes Ferreira, e os presidentes do PSDB, deputado José Aníbal (SP), e do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC). Aníbal e Bornhausen deixaram o Alvorada insistindo em que a conversa em torno das primárias evoluiu, mas nenhum dos presentes excluiu a participação do PMDB. "Avançamos em direção do apoio às primárias, sem deixar nenhum dos aliados de fora, e decidimos cobrar a posição do PMDB e do PPB sobre o critério de escolha do candidato das forças que apóiam o governo", afirmou Bornhausen depois do encontro. Mesmo com a disposição de realizar prévias nos partidos para que cada um escolha seu candidato às primárias, o pefelista deixou claro que, na avaliação geral, o nome do candidato só deverá ser escolhido em março. Fernando Henrique também não quer que seu governo seja atropelado por uma candidatura este ano. Aníbal fez questão de salientar que a parceria entre PFL e PSDB está firmada desde já porque os dois partidos não só avançaram na reaproximação, depois da briga pela sucessão do Congresso, como trataram de estabelecer uma pauta conjunta objetiva e partilhar a defesa das ações do governo. Com a palavra final do PPB e do PMDB, o passo seguinte será a montagem dos palanques da aliança nos Estados. O tema será objeto do novo encontro com o presidente, previsto para a última semana de julho.

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