PFL descarta renúncia de Magalhães

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Por Agencia Estado
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Seja qual for a tendência do Conselho de Ética do Senado quanto a punição cabível aos senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (sem partido-DF), por conta da violação do painel eletrônico de votação, os dirigentes nacionais do PFL não irão sugerir ao líder baiano que renuncie para salvar seu futuro político. "A renúncia está descartada porque ninguém vai propor isto a ACM", declara o senador Eduardo Siqueira Campos (PFL-TO). Ao contrário dos líderes de oposição, que avaliaram que os dois senadores saíram-se muito mal da acareação a que estão sendo submetidos, no Conselho de Ética do Senado, os dirigentes pefelistas sustentam que a situação não mudou. "Não vi nada de novo em relação ao que já havia sido dito e apurado", analisa Siqueira. Na mesma linha, o secretário-executivo do partido, Saulo Queiroz, sustenta que a acareação não acrescentou dado novo algum às contradições que eram evidentes desde o início das investigações. Mas, ainda que os dirigentes pefelistas partilhassem da avaliação pessimista dos líderes de esquerda, os correligionários de ACM não ousariam sugerir-lhe a renúncia. "A renúncia seria uma saída insuportável, um equívoco imenso que não consigo sequer imaginar", diz Saulo Queiroz. O secretário pefelista sustenta a tese de que, por maior que seja o risco da cassação, ACM ficaria em posição "muito mais digna" enfrentando o processo no plenário. Na avaliação de Saulo, o senador Antonio Carlos tem uma história política brilhante. "A renúncia poria no lixo uma história de vida que, até na hipótese mais desastrosa da cassação, será preservada e considerada futuramente, em sua biografia". O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), que tem procurado manter-se distante do processo e de Brasília, e passou o dia ontem em Uberaba (MG), acompanhando o presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas, ao contrário de Siqueira Campos, que prefere aguardar a posição do Conselho de Ética, "até para não queimar etapas deste processo", Bornhausen já antecipou que não votará pela cassação de seu correligionário.

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