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PF vai ouvir denunciante de fraudes na Sudam

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Polícia Federal ouve nesta sexta-feira a coletora da secretaria de Fazenda em Paraíso do Tocantins, Eliana Pereira, que denunciou todo o esquema de fraudes na Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e que, segundo ela, o empresário Romildo Onofre Soares teria afirmado a várias pessoas que parte dos recursos seriam destinados ao presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA). Romildo é aliado político do senador em Altamira (PA). Nesta quinta-feira, a coletora deixou Paraíso do Tocantins e ficou em um lugar desconhecido e só aparecerá nesta sexta, durante a apresentação na PF. A amigos ela disse que, apesar da ação judicial do senador, irá confirmar as afirmações sobre o encontro de Romildo com empresários da região, onde ele teria se vangloriado das facilidades que tinha na Sudam e que teria falado que 10% do dinheiro era destinado a Barbalho. O encontro informal entre os empresários, conforme Eliana Pereira disse no início da semana, aconteceu em um supermercado de Paraíso do Tocantins, onde estavam presentes três pessoas, entre eles o dono do comércio, Eneuses Afonso Pereira, que não quer dar declarações sobre o assunto, e um advogado. Na conversa, conforme Eliana, Romildo declarou que conseguia o que queria, referindo-se à liberação de recursos da Sudam. Na próxima semana, a PF deve ouvir os empresários citados pela coletora. A prefeitura de Paraíso do Tocantins decidiu pedir a abertura de inquérito policial para investigar de que forma o empresário Romildo Onofre Soares conseguiu o alvará de funcionamento de suas empresas, já que não existia processo formado. A prefeitura confirmou que o empresário adquiriu a área, onde instalou quatro projetos financiados pela Sudam, de forma irregular. O prefeito de Paraíso do Tocantins, Hilder Alencar (PSDB), afirmou que o alvará de funcionamento dado para a Refrigerantes Xuí, um dos projetos financiados com recursos públicos de forma irregular, foi dado depois da descoberta de fraudes nos financiamentos. Inclusive, a prefeitura chegou a dar uma escritura pública para Romildo, que não apresentou os documentos necessários para a legalização da área. Para a formalização do processo são necessários pelo menos 10 tipos diferentes de documentos. Entretanto, as empresas de Romildo ? Refrigerantes Xuí, Franco Líder, Café Serrano e Paraíso Agroindustrial ? recebeu em poucos dias a escritura definitiva de um terreno doado pelo município, quando o tempo mínimo para que isso aconteça é de mais de um ano. ?Nós só damos a escritura após o funcionamento definitivo da indústria, o que não aconteceu no caso do Romildo?, afirmou Alencar. O prefeito suspeita de que Romildo pagou propina para obter o documento.

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